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Economia

Bancos resistem e custo do risco de crédito volta à pré-pandemia

Peso das imparidades no crédito reduziu-se em 2021. Lucros dispararam, apesar de o negócio bancário continuar estancado

Foto: Getty Images

As medidas de auxílio à economia para o combate à pandemia terminaram e, para já, o impacto nos bancos foi limitado. Ou melhor, o sector sofreu logo em 2020, assustado com a surpresa de uma inédita covid-19, mas no ano passado recuperou terreno. Os lucros aumentaram, passando a representar um maior retorno aos acionistas (que tinha afundado em 2020). Tudo enquanto reduzem a estrutura, cortando pessoal e fechando agências. Mas a melhoria nos resultados muito se deve ao facto de os bancos terem menos necessidade de pôr dinheiro de lado para virem a suportar perdas nos créditos. Aliás, é por isso que o custo do risco de crédito que cada banco assume cedeu e regressou a níveis pré-pandemia (ver gráficos).

O custo do risco de crédito concedido pelos bancos mede-se ao comparar as imparidades reconhecidas e a carteira de crédito — dá a dimensão das perdas esperadas em todo o portefólio. E o custo médio dos cinco grandes bancos nacionais, que havia disparado em 2020 devido à pandemia (0,81%), voltou a descer em 2021 (para 0,39%), ficando próximo daquele que era o custo médio em 2018 (0,38%). A relativa normalização do Novo Banco — sem o volume significativo de imparidades que marcou os últimos anos — contribuiu para esta evolução.