A atenção constante da Autoridade da Concorrência (AdC) ao sector da distribuição, traduzida na aplicação de coimas por práticas anti-concorrenciais a empresas do sector e a alguns fornecedores, é algo que Cláudia Azevedo, presidente do grupo Sonae, confessa "estranhar".
"Nenhum consumidor tem dúvidas de que somos muito competitivos nos preços e nas promoções neste sector e até os novos operadores que chegam ao mercado português ficam surpreendidos. Somos talvez o país mais competitivo da Europa", diz a empresária, que já viu o seu grupo ser contemplado por várias multas da AdC, tal como outras insígnias do sector, e sempre optou por contestar a decisão em tribunal.
"Vamos continuar a defender o nosso bom nome até ao fim (...) é muito chato o regulador ser assim"
Cláudia Azevedo
presidente executiva da Sonae
Cláudia Azevedo respondia a perguntas dos jornalistas na conferência de imprensa desta quinta-feira, na sequência da apresentação de contas do grupo, que acaba de adotar uma nova identidade e, apesar de ter enfrentado "um ano duro", em 2021, conseguiu um registo recorde de mais de 7 mil milhões de euros em vendas, com um resultado líquido de 268 milhões de euros, que quase duplicou os valores de 2020, apesar das dificuldades ao nível do transporte, dos esforço constante e "criatividade" para manter as cadeias logísticas a funcionar normalmente, e da subida da energia e de outros custos, a exigir, "rapidez na capacidade de adaptação aos desafios", para fazer compras em locais diferentes e obter ganhos de eficiência.
Aliás, no que respeita a investimentos, o grupo acumulou 474 milhões de euros, mais de 1,2 milhões por dia, e deste valor, 360 milhões foram aplicados em Portugal.