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Economia

Russos e ucranianos em Portugal recorrem a criptomoedas para contornar limites à circulação de dinheiro

Das três empresas licenciadas pelo Banco de Portugal para o fornecimento de serviços cripto, duas registaram casos de cidadãos ucranianos a abrir conta. A motivação predominante parece ser o envio de dinheiro a familiares numa altura em que os canais tradicionais estão quebrados. Mas também já se recusaram duas movimentações de grandes montantes por parte de cidadãos russos por suspeitas de fuga de capital

Desde a guerra, tanto ucranianos como russos têm recorrido a criptomoedas. Por um lado para financiar a luta armada do país invadido, num esforço que já angariou muitos milhões de euros, e, por do outro, para contornar sanções, ajudar as famílias e proteger o capital face à quebra massiva do rublo. E os cidadãos destas nacionalidades que vivem em Portugal não são excepção.

"As criptomoedas estão a permitir colmatar situações de absoluta excepção, como o facto de uma mãe querer enviar dinheiro para a filha", diz Pedro Borges, da Criptoloja

"Podemos desenhar um paralelo com o que verificamos muitas vezes com clientes da Venezuela e outros países parecidos, em que muitas vezes para enviar dinheiro para a família, ou vice-versa, acabam por recorrer a cripto porque acaba por ser muito mais barato", afirma Andrea Fonseca, co-fundador da Luso Cripto Assets