Economia

Cláudia Azevedo veste as cores da Ucrânia e põe fim a negócios da Sonae na Rússia

A presidente executiva do grupo Sonae escolheu o azul e o amarelo, da bandeira da Ucrânia, para se vestir esta quinta-feira. "Foi uma homenagem aos nossos trabalhadores ucranianos", assumiu a gestora ao Expresso quando apresentou alguns dos projetos do grupo para apoiar os refugiados

Claudia Azevedo
Rui Duarte Silva

Ver a presidente executiva da Sonae Sierra, Cláudia Azevedo, aparecer na conferência de imprensa do grupo, esta quinta-feira, com uma casaco azul e uma camisa amarela, nos tons da bandeira da Ucrânia não podia ser uma simples coincidência. "E não é", confirma a gestora ao Expresso, assumindo que escolheu a indumentária "para homenagear os trabalhadores ucranianos do grupo".

Na Ucrânia a Sonae não tem negócios, como indicou no encontro com os jornalistas na sequência da apresentação das contas de 2021, que terminaram com um lucro de 268 milhões de euros. Já na Rússia havia alguns negócios que foram interrompidos, informou.

Em causa está uma pequena filial de roupa para crianças e alguns contratos para distribuir roupa infantil no país. "Mas deixámos simplesmente de enviar roupa", refere.

Mas o apoio à Ucrânia não fica apenas nas cores escolhidas pela presidente da Sonae para se vestir e pelo corte nos negócios com a Rússia. O grupo criou uma plataforma de apoio a refugiados ucranianos com o objetivo de facilitar a sua integração no país.

É uma iniciativa em várias frentes, dos vales que convidam os clientes a comprar nos supermercados do grupo para transformar em donativos à Cruz Vermelha portuguesa e internacional, ao projeto de criação de bolsas de apoio para o ensino pré-escolar das crianças que chegam ao país.

O grupo percebeu que, no primeiro e segundo ciclo e no secundário, o Estado tem capacidade de garantir educação de crianças e jovens, mas no que respeita ao pré-escolar "há carência", explica.

Ao mesmo tempo, as marcas do universo Sonae estão organizadas para criarem kits de alimentos e roupas para serem distribuídos à chega dos refugiados ao país, em colaboração com o Alto Comissariado para as Migrações e, ao mesmo tempo, prometem ajudar a suprir carências de roupa, alimentos e eletrodomésticos nos centros de acolhimento nacionais.