Propostas para a Economia do Futuro. Assim se chama o evento que arranca esta quinta-feira às 14h00 no terminal de cruzeiros do porto de Leixões, mas que só termina sexta-feira ao final da tarde. O objetivo? Permitir que todos os consórcios empresariais na corrida aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) possam apresentar as suas candidaturas ao grande concurso das chamadas Agendas de Inovação Empresarial.
Os finalistas a este que é o maior concurso para as empresas no PRR são 64. Daí que o evento só preveja sete minutos para cada consórcio empresarial apresentar a sua proposta. Um desafio exigente quando se trata de explicar o produto ultrainovador em que se pretende investir os milhões da “bazuca” europeia para transformar o perfil exportador da economia portuguesa até 2026.
“O evento irá permitir a apresentação de todas as agendas que passaram à seguinte fase pelos proponentes, em apresentações de sete minutos cada”, informa o governo. As presenças institucionais serão apenas do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro da Economia, Siza Vieira, que estarão a assistir a todas as apresentações.
O evento será transmitido online no site da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI), da Agência Nacional de Inovação (ANI) e nas redes sociais da República Portuguesa.
Em jogo estão pelo menos 930 milhões de euros de fundos europeus. Esta era a dotação inicial de fundos do PRR a concurso, mas o governo já fez saber que tenciona reforçar estes fundos europeus dada a quantidade e a qualidade das candidaturas finalistas às Agendas de Inovação Empresarial.
Estes 64 consórcios empresariais foram pré-selecionados pela Comissão de Coordenação das Agendas (CCA), que integra o IAPMEI, a ANI, a AICEP, o Compete 2020 e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Todos os consórcios terão obviamente mais tempo para fazerem valer a força das suas candidaturas após este evento de 2 e 3 de dezembro, já que serão agora convidados a prepararem as propostas finais ao PRR.
Um júri composto por personalidades nacionais e internacionais, de reconhecido mérito e competência, será então envolvido na decisão dos consórcios vencedores das Agendas de Inovação Empresarial.
Quem está na corrida?
Entre julho e setembro, o PRR recebeu manifestações de interesse por parte de 144 consórcios empresariais dispostos a investir 14,8 mil milhões de euros no desenvolvimento de bens e serviços ultrainovadores para exportação. Cada um destes consórcios reuniu dezenas de empresas de todas as dimensões e envolveu demais entidades, sobretudo universidades e centros de investigação neste esforço de inovação.
Esta semana, foram apurados os 64 consórcios finalistas ao grande concurso do PRR. O Expresso já avançou que os maiores investimentos em cima da mesa vêm dos consórcios liderados pelas seguintes empresas: Petrogal (um de 981 milhões de euros e outro de 722 milhões de euros), Efacec Engenharia e Sistemas (926 milhões de euros), Acuinova – Atividades Piscícolas (595 milhões), Prio Bio (564 milhões de euros), Efacec Energia (366 milhões de euros), Nos Comunicações (274 milhões de euros), Geo Sat (259 milhões de euros), Polisport Plásticos (258 milhões de euros), DST Solar (238 milhões de euros), Inovamar (221 milhões de euros) e Colep Packaging (214 milhões de euros).
Só este último consórcio da Colep Packaging reúne uma centena de co-promotores, entre empresas e outras entidades. De facto, cada um destes nomes esconde dezenas de parceiros e produtos disruptivos. É o caso do consórcio liderado pela NOS Comunicações em torno da mobilidade, envolvendo empresas como EDP, Siemens, Bosch, CaetanoBus, Simoldes, Toyota, CTT, entre outras.
E há quem lidere mais do que uma candidatura, caso da Petrogal, que comanda um investimento de 981 milhões de euros na cadeia de valor das baterias de lítio e outro de 722 milhões de euros no hidrogénio e energia verde.
Toda a informação está disponível no site do IAPMEI. No total, os projetos finalistas representam um investimento na ordem dos 9,8 mil milhões de euros. Dois terços a aplicar em investimento produtivo e um terço no esforço de investigação, desenvolvimento e inovação.
Estes finalistas querem investir sobretudo nas indústrias e tecnologias de produção (35%), nas tecnologias transversais e suas aplicações (32%), na mobilidade, espaço ou logística (13%), nos recursos naturais e ambiente (11%) e na saúde, bem-estar ou território (9%).
Cabe ao ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, abrir o evento esta quinta-feira. A maratona de apresentação de Propostas para a Economia do Futuro será encerrada pelo primeiro-ministro, António Costa, no final de sexta-feira.