Economia

Saiba quem quer produzir baterias, satélites ou canabinóides com os milhões do PRR

IAPMEI divulga detalhes dos consórcios empresariais na corrida à "bazuca" europeia. Petrogal lidera lista dos maiores investimentos

Maioria dos candidatos promete energia mais verde
RUI DUARTE SILVA

A Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI) já divulgou a lista de todos os consórcios que estão na corrida ao grande concurso do Plano de Recuperação e Resiliência para as empresas.

Em disputa estão 930 milhões de euros de fundos da ‘bazuca’ europeia para as Agendas de Inovação Empresarial. Uma dotação que o governo espera reforçar dada a qualidade dos consórcios que entraram na corrida para desenvolverem bens e serviços ultrainovadores.

O Expresso avança na edição deste sábado a lista dos maiores projetos empresariais a concurso às Agendas de Inovação Empresarial.

São consórcios de empresas liderados pela Petrogal, Efacec, Acuinova, Prio Bio, Lusorecursos Portugal Lithium, NOS Comunicações, Geo Sat, Polisport Plásticos, DST Solar, Bondalti Chemicals, Inovamar, Colep Packaging, FastFiber, BGW, Carbocodefood, Navigator Paper Setúbal, Volkswagen Autoeuropa, Domingos da Silva Teixeira, Reganazaré, Fusion Fuel Portugal, CircleMolecule, Altri Florestal, Peugeot Citroën Automóveis, Palminvest, Bosch Termotecnologia,Sonae MC ou Prológica.

Agora, através desta ferramenta do IAPMEI, é possível conhecer em detalhe os mais de 140 consórcios que querem investir um total de 14,8 mil milhões de euros na economia portuguesa até 2025. E saber em que produtos ultrainovadores querem apostar estas parcerias entre grandes, médias ou pequenas empresas, universidades e demais entidades.

Só a Petrogal lidera um investimento de 981 milhões de euros na cadeia de valor das baterias de lítio e outro de 722 milhões de euros no hidrogénio e energia verde.

Mas há quem proponha soluções para capturar o próprio carbono: aeronaves não tripuladas, satélites, semicondutores, insetos como fonte nutricional e até alternativas à produção de canabinoides. Tecnologias disruptivas ou serviços mais digitais, da saúde ao sector criativo. E tratar a covid.

O facto de estar em processo de reprivatização, não impediu a Efacec de concorrer em força aos milhões do PRR para estas Agendas de Inovação Empresarial.

No top 10, também aparece a Lusorecursos Portugal Lithium, concessionária da polémica exploração da Mina do Romano, em Montalegre.

Cada nome esconde dezenas de parceiros e produtos disruptivos. É o caso do consórcio liderado pela NOS Comunicações em torno da mobilidade. Este envolve empresas como EDP, Siemens, Bosch, CaetanoBus, Simoldes, Toyota, CTT, etc.

Além da Petrogal, há outras empresas a liderarem mais do que uma candidatura, com consórcios diferentes. É o caso da BLC3 Evolution, Bondalti, Compta, Imprensa Nacional ou Sonae MC.

A Colep Packaging é a empresa que lidera o consórcio com mais entidades (101), seguida da Prológica (95) e da CME — Construção e Manutenção Eletromecânica (89).

Há universidades envolvidas em três e quatro dezenas de consórcios diferentes, caso do Porto, Aveiro, Minho, de Coimbra ou da Nova, com destaque para a mobilização de investigadores do Instituto Superior Técnico, do INESC-TEC ou do INEGI.

De acordo com o IAPMEI, 33% dos investimentos propostos estão relacionados com energia, 16% com tecnologias de produção, 14% com tecnologias de informação, 8% com processos de produção, 6% com matérias-primas e materiais e 5% com o automóvel, a aeronáutica e o espaço.

A 2 e 3 de dezembro, o Governo fará uma sessão pública com os consórcios finalistas. A sua seleção foi assegurada pela Comissão de Coordenação das Agendas (CCA), que integra o IAPMEI, a AICEP, o Compete 2020, a Agência Nacional de Inovação e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Esses consórcios serão agora convidados a prepararem as propostas finais. Um júri composto por personalidades nacionais e internacionais de reconhecido mérito e competência será envolvido na decisão dos consórcios vencedores do PRR.