No canto de uma pequena sala situada no 7º andar de uma das torres do Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, está o robô humanoide mais sofisticado que a ciência já desenvolveu. A cabeça foi feita em Portugal, os braços e as mãos concebidos em Itália e o tronco e as pernas no Reino Unido. Consegue replicar qualquer movimento humano e, tal como as pessoas, tem a capacidade para aprender por si próprio, a partir do contacto com aquilo que o rodeia. Sente na “pele” variadas texturas, mostra no rosto diferentes expressões, vê, ouve, fala e interage. Chama-se iCub e em todo o mundo só existem 50 como ele, espalhados por alguns dos mais conceituados centros de investigação nesta área. Custa meio milhão de euros e, por enquanto, é apenas um valioso objeto de estudo, mas no futuro as suas utilizações poderão ser infindáveis. E no mundo da robótica e da inteligência artificial, o futuro está ao virar da esquina.
Com a aceleração da quarta revolução industrial, cada vez mais tarefas estão a ser desempenhadas por sistemas ciberfísicos automatizados e animados por algoritmos e não apenas em fábricas ou laboratórios, mas nos escritórios, nas casas, nos campos e nas cidades. “A automação está a ganhar uma visibilidade muito maior. A tecnologia vivia num mundo segregado, fechado dentro da indústria e dos centros de investigação, fora do dia a dia das pessoas, mas começa a fazer parte do quotidiano e isso será cada vez mais notório”, explica José Santos-Victor, presidente do Instituto de Sistemas e Robótica de Lisboa (ISR-Lisboa).