Economia

IRS Jovem. Governo apela às empresas para "aumentarem salários"

Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais diz que "o esforço por parte do Estado tem de ser acompanhado pelas empresas". Governo pretende ainda trabalhar com as universidades para que o processo seja o mais automático possível

António Mendonça Mendes, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais
MARIO CRUZ/LUSA

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, apelou, esta quarta-feira, a que as empresas acompanhem o esforço que o Estado está a fazer com o IRS Jovem no Orçamento do Estado para 2022 e que aumentem os salários dos seus trabalhadores jovens.

"[O IRS Jovem] é um estímulo fiscal que corresponde a um esforço por parte do Estado para que haja uma maior disponibilidade líquida maior do salário dos jovens, mas tem de ser acompanhado pelas empresas", disse o governante na "Conferência sobre o Orçamento do Estado 2022, organizada pela Universidade Católica Portuguesa em parceria com a consultora KPMG.

Mendonça Mendes avisou ainda que, com a poupança fiscal, as empresas "não podem diminuir o salário que pagam aos jovens". "Queremos que [o IRS Jovem] seja um complemento que o Estado dá para também as empresas aumentarem os salários para os jovens encontrarem em Portugal o sítio adequado para desenvolver aqui o seu talento", acrescentou.

O benefício fiscal em causa foi alargado de três para cinco anos na proposta de Orçamento do Estado para 2022. Se a proposta for aprovada, nos primeiros dois anos de trabalho os jovens terão uma isenção de 30% (ou seja, só pagam IRS sobre 70% do que ganharem); no terceiro e quarto ano têm uma isenção de 20% (pagam IRS sobre 80%); e, no quinto ano, têm uma isenção sobre 10% do rendimento.

As isenções não podem ultrapassar 7,5 vezes o indexante de apoios sociais (que ainda não foi definido para 2022) no primeiro e segundo anos, cinco vezes no terceiro e quarto anos e 2,5 vezes no quinto e último ano.

Por fim, quanto ao IRS Jovem, o secretário de Estado revelou ainda que o Governo pretende trabalhar em conjunto com as universidades portuguesas para que o processo seja o mais automático possível para os recém-licenciados.