André Luiz Gomes era um jovem advogado a trabalhar no escritório da família — o Luiz Gomes, Abecasis & Associados — quando, no início dos anos 90, se cruzou com o furacão Berardo.
Três décadas de uma relação que se foi estreitando, ao ponto de Joe Berardo não prescindir de André Luiz Gomes, como uma espécie de duplo que lhe sussurra o que deve dizer nos momentos mais sensíveis e o substitui na leitura de declarações, como aconteceu na célebre Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão e recapitalização da CGD, em maio de 2019. Momento de viragem na relação de domínio sobre os bancos e um ponto final na intocabilidade do empresário madeirense, a quem a dívida de cerca de mil milhões de euros à banca não o impedia de continuar a abrir museus com a marca Berardo, com o de Arte Deco, em Lisboa, ou dos Azulejos, em Estremoz.