Rui Pinto não vai ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre o Novo Banco, após duas votações empatadas no Parlamento, e não demorou a reagir, criticando os deputados do PS e a deputada Cecília Meireles, do CDS, por terem votado contra a sua audição.

"O sentido de voto dos deputados do PS e as suas justificações eram mais do que expectáveis, para alguém como eu, que está convicto de que não será o PS a encetar reais esforços no sentido de travar a corrupção sistémica existente em Portugal", escreveu no Twitter o autor de Football Leaks e fonte de Luanda Leaks, que está a ser julgado e acusado de 90 crimes pelo Ministério Público, e que o PAN quis ouvir a propósito de afirmações de Rui Pinto relativas ao BES Angola.

Naquela rede social, Rui Pinto criticou em particular a deputada do CDS Cecília Meireles, que durante a reunião desta tarde da CPI afirmou que as informações de Rui Pinto foram obtidas de forma ilícita.

"Uma menção também à deputada do CDS, C. Meireles, e ao seu pré-juízo, substituindo-se aos tribunais, e violando a minha presunção de inocência. Isso sim, é atentatório do Estado de direito democrático", escreveu Rui Pinto no seu perfil no Twitter.

A votação desta tarde determinou 8 votos a favor, do PAN, PCP, Bloco de Esquerda e PSD, e outros 8 contra, do PS e CDS, e uma abstenção da Iniciativa Liberal. A segunda votação foi igual, pelo que, segundo o regimento parlamentar, a audição de Rui Pinto foi chumbada.

Na sua reação o autor de Football Leaks e fonte de Luanda Leaks deixou também críticas à influência de alguns advogados sobre os deputados, depois de a Associação de Advogados Penalistas ter instado o Parlamento a rejeitar a audição de Rui Pinto. "A simbiose entre política e os principais escritórios de advogados é uma das marcas deste regime socialista", comentou Rui Pinto.

No seu perfil no Twitter agradeceu a iniciativa do deputado André Silva, do PAN, de querer ouvi-lo na CPI do Novo Banco. "Continuarei a fazer o meu trabalho, na colaboração com as autoridades, com o objetivo comum de caçar os maiores criminosos em matéria económico-financeira deste país. Nisso poderão contar sempre comigo", rematou.