Economia

Audição a Rui Pinto no inquérito ao Novo Banco arrisca ser chumbada: votação final só para a semana

PS, PSD e CDS têm posição desfavorável à audição que havia sido solicitada pelo PAN

Rui Pinto
NUNO BOTELHO

A votação para a audição a Rui Pinto no âmbito da comissão parlamentar de inquérito às perdas do Novo Banco será feita na próxima semana, mas, para já, há sinais de que pode vir a ser reprovada pelos deputados do PS, PSD e CDS, de acordo com as informações apuradas pelo Expresso.

A convocatória de Rui Pinto, atualmente a ser julgado por atos de pirataria informática, tinha sido requerida por André Silva, do PAN, mas o PSD acabou por requerer uma explicação mais fundamentada para essa sessão.

A discussão sobre se haveria ou não chamada a Rui Pinto foi à porta-fechada, na reunião de mesa e coordenadores da comissão de inquérito desta quinta-feira, depois da audição de Nuno Vasconcellos. Do encontro, a decisão formal saída foi a de que a votação seria feita em reunião aberta, ou seja, com todos os deputados que compõem a comissão, na próxima semana.

Para já, e ainda que os deputados estejam no inquérito parlamentar em nome próprio, já há indicações do que poderá acontecer. Segundo apurou o Expresso, PS, PSD e CDS não se mostraram favoráveis à audição, com o PCP a ser mais dúbio na sua posição - o BE e o PAN são os abertamente favoráveis.

O PAN pretendia esclarecimentos de Rui Pinto sobre o BES Angola, “para que explique e apresente os documentos que afirma comprovarem um desvio de 600 milhões de euros através da criação de empresas meramente instrumentais, depósitos fictícios e transferências bancárias para off-shores como as Ilhas Virgens Britânicas e Seychelles”.

"Os crimes ocorridos no BESA (BES Angola) tiveram e têm ainda consequências. A verdade não pode ser enclausurada. Será que alguns elementos da CPI não querem saber o que eu tenho para dizer?", escreveu durante a semana, na sua página de twitter, Rui Pinto, após o Expresso noticiar a discordância sobre o tema.

A convocatória já tinha levado advogados penalistas a juntarem-se num pedido ao Parlamento para não o convocarem, por a prova de Rui Pinto poder ter sido obtida de forma criminosa, o que levou Francisco Teixeira da Mota, advogado de Rui Pinto, a abandonar a associação de advogados (Fórum Penal) que quis travar a audição.