Em ano de pandemia, a taxa de poupança das famílias em Portugal atingiu níveis que não eram vistos no país há quase duas décadas, indicam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta sexta-feira.
No quarto trimestre de 2020, a taxa de poupança das famílias atingiu 12,8%, o que compara com 11% no trimestre anterior e com 7,1% no final de 2019. Ou seja, no espaço de um ano, esta taxa subiu 5,7 pontos percentuais.
Mais ainda, é "necessário recuar a 2002 para encontrar uma taxa de poupança idêntica", frisa o INE.
Uma subida da taxa de poupança das famílias indissociável da pandemia de covid-19. A autoridade estatística nacional nota que "este resultado refletiu sobretudo a variação nominal de -5% do consumo privado em 2020, variação negativa sem precedente na série iniciada em 1995".
Esta queda no consumo conjugou-se com um aumento de 1% do rendimento disponível das famílias, "refletindo em parte as medidas de políticas públicas adotadas no contexto da pandemia e com reflexo na redução do saldo das Administrações Públicas (AP)", aponta o INE.
Em causa estão medidas de apoio às empresas e às famílias, como o regime do lay-off simplificado, ou as moratórias de crédito, entre outras, que ajudaram a proteger o rendimento disponível das famílias, apesar da queda inédita da atividade económica na história da democracia portuguesa, que sofreu um tombo de 7,6% em 2020.