A 1 de abril, os clientes particulares que beneficiaram de moratórias privadas no enquadramento desenhado pela Associação Portuguesa de Bancos (APB) vão ter de começar a pagar as prestações ao banco. São €3,7 mil milhões em contratos de crédito à habitação, segundo o Banco de Portugal. Alguns desses clientes — em número que não foi possível apurar — vão ter de pagar mais do que o que pagavam antes de aderirem à moratória. Ainda assim, com os juros em mínimos, o agravamento será limitado. Mas não são os únicos: há empresas que também vão agora começar a pagar juros, mesmo continuando em moratória.
Aquando da concessão das moratórias, os clientes podiam optar por deixar de pagar qualquer prestação do seu crédito ao banco (juros e capital) ou podiam apenas pagar os juros (com suspensão do capital). Nesta segunda hipótese, como há o prolongamento do prazo do empréstimo pelo período em que esteve suspenso o pagamento, a prestação continua igual. No primeiro caso, não. Há extensão do prazo, mas também capitalização de juros não pagos, ou seja, os juros que não eram pagos foram sendo acrescentados ao capital, a partir do qual são calculados os novos juros, o que quer dizer que a prestação vai aumentar. São estes os clientes que, a partir de abril, vão pagar mais ao banco pelo seu crédito à habitação.