Talvez poucas pessoas o saibam, mas nos últimos anos todos os grandes negócios da EDP foram preparados com nomes de artistas para identificar cada operação. O aumento de capital da EDP Renováveis foi internamente trabalhado como Projeto Banksy, a compra da espanhola Viesgo foi designada Projeto Miró, e a venda de barragens à francesa Engie foi o Projeto Monet.
A arte entrou há já algum tempo na vida da EDP, cuja fundação investiu em Lisboa 20 milhões de euros para construir, à beira do rio Tejo, o MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia. Mas nos últimos dias tem sido uma outra arquitetura a suscitar polémica: a forma como a EDP desenhou o negócio de venda de seis barragens à Engie por 2,2 mil milhões de euros foi uma operação "standard", como lhe chamou o CEO da EDP, ou uma transação cuidadosamente planeada, com a arte dos melhores assessores jurídicos e fiscais, para evitar impostos, como acusou o Bloco de Esquerda?