A comissão que deve definir o salário do governador e dos restantes membros da administração do Banco de Portugal não se reúne há pelo menos dez anos, confirmou o Expresso junto de várias fontes ligadas ao supervisor. Aliás, a comissão não está sequer completa. E é por isso que o salário de Mário Centeno é igual ao de Carlos Costa, mas sem que tenha havido qualquer nova decisão do órgão que devia estabelecer a remuneração anualmente. O supervisor considera que, embora a lei refira a periodicidade anual, a comissão só se deve reunir se houver mudanças.
Todos os anos, do Terreiro do Paço, onde está o Ministério das Finanças, devia sair um nome para presidir à Comissão de Vencimentos do Banco de Portugal (BdP): ou o próprio ministro ou um seu representante. A partir da Rua do Comércio, sede do supervisor bancário, deviam ser apontadas duas individualidades: o presidente do Conselho de Auditoria e um ex-governador.