Economia

Deputado socialista Fernando Anastácio é o responsável por escrever relatório do inquérito ao Novo Banco

Não houve disponibilidade de três partidos para formar um relator coletivo. Continua, assim, a ser apenas um deputado a escrever o relatório da comissão de inquérito. Calha ao PS

Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, e Fernando Negrão, do PSD, presidente da comissão, no arranque de novo inquérito ao Novo Banco
tiago miranda

O deputado do Partido Socialista Fernando Anastácio é o responsável por escrever o relatório da comissão parlamentar de inquérito que analisa as perdas do Novo Banco. Para já, os partidos apoiam, mas pedem um trabalho que conquiste consenso entre todos.

Todas as comissões de inquérito terminam com um relatório final, que é sujeito a votação, sendo que o regime destas iniciativas parlamentares abre duas portas: ou um único relator, ou um relator coletivo, formado por três deputados.

“Essa solução não vingou. Só poderia avançar se fosse constituído por três partidos, e não houve três partidos disponíveis para avançar para essa solução”, explicou o deputado socialista João Paulo Correia. Os partidos mais pequenos só têm um representante, que está também noutras comissões, o que dificulta o encontro de um grupo.

Assim, o PS propõe que seja Fernando Anastácio, que é o coordenador do grupo parlamentar socialista na comissão de Orçamento e Finanças, sendo deputado desde 2015. O nome foi aprovado por todos os partidos, sendo que todos eles pediram consenso e diálogo para chegar a um documento que reúna tanto apoio como o da comissão de inquérito ao BES, em 2015.

“Reconheço que é uma tarefa difícil, trabalhosa, complexa. O acervo documental e as audições em carteira evidenciam isso”, começou por dizer Fernando Anastácio, esperando que o documento que escrever não seja só o seu relatório ou o relatório do PS: “espero que seja, com certeza, o relatório da comissão de inquérito”. “O empenho será todo”, prometeu.

O presidente da comissão, o social-democrata Fernando Negrão, acredita que “há muito boas razões” para um “bom relatório final”.

A comissão de inquérito às perdas do Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução pretende olhar para os factos em torno da constituição deste banco, em 2014, até à atualidade, passando pelo momento da venda, em 2017.