Economia

Apoio à família para quem está em teletrabalho é aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros

Governo vai alargar o apoio concedido às famílas com crianças por causa do encerramento de escolas ao profissionais em teletrabalho. Mas os requisitos de acesso serão mais restritivos. Conselho de Ministro deverá aprovar esta quinta-feira a medida

SASCHA STEINBACH/EPA

Os profissionais em teletrabalho vão poder requerer o apoio criado pelo Governo para compensar as famílias com crianças até aos 12 anos e que estãm em casa devido ao encerramento das atividades letivas presenciais. A medida foi apresentada esta quarta-feira pela ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, aos parceiros sociais e será discutida já amanhã, quinta-feira, em Conselho de Ministros. O objetivo, garante a ministra, é que entre "o mais rapidamente possível em vigor".

Pouco ainda se sabe sobre como será operacionalizada a medida. Do que o Governo já partilhou é possível perceber que os profissionais em teletrabalho, até aqui excluídos deste apoio, poderão requerê-lo mas com regras de acesso mais apertadas. Assim, poderão recorrer ao apoio à família, mesmo estando em trabalho, famílias monoparentais, progenitores que tenham a cargo crianças até ao qurto ano de escolaridade ou pessoas com dependentes a cargo com deficiência superior a 60%.

No final da reunião com os parceiros sociais, a ministra referiu em conferência de imprensa a "necessidade de adaptar o apoio à família na conciliação com o teletrabalho", até porque, "perspetiva-se termos necessidade de manter este apoio em março". Ou seja, Ana Mendes Godinho, sinaliza que o Governo pondera manter as escolas ainda encerradas durante o próximo mês e veio desta forma tipificar as situações em que o teletrabalho é de "difícil conciliação com o apoio aos filhos".

A ministra deixou outra novidade. Até aqui, o apoio à família assegurava um rendimento equivalente a apenas 66% do salário base do trabalhador (33% assegurado pelo empregador e igual parcela pela segurança social). Mas, a partir de agora a Segurança Social vai assegurar 100% do salário, sem que dai resulte maior esforço para as empresas. Isto apenas em duas situações: famílias monoparentais e quando exista partilha da assistência a filhos pelos dois progenitores.

Ana Mendes Godinho revelou que no ano passada 82% das pessoas que recorreram a este apoio eram mulheres. Daí "a opção de política pública para promover o equilíbrio na gestão desta responsabilidade". Para garantir que os processos são tratados de forma célere, nestes casos em que há partilha do cuidado aos filhos, bastará uma declaração dos próprios a sinalizar essa partilha.