Cento e oitenta e nove milhões de euros. Foi este o contributo das máscaras e EPI (equipamento de proteção individual) para as exportações da indústria têxtil em 2020, mostram as contas da ATP - Associação Têxtil e Vestuario de Portugal. Com base nas estatísticas do INE - Instituto Nacional de Estatística, a ATP conclui que as máscaras tiveram um impacto positivo de 4 pontos percentuais nas exportações da fileira.
"As exportações de equipamentos de proteção individual para o combate à COVID 19 foram avaliadas em cerca de 189 milhões de euros. Na ausência destes produtos, as exportações do setor teriam sido de 4.453 milhões de euros, ou seja, menos 761 milhões de euros, e a queda teria sido de quase 15%, comparando com 2019", sublinha a associação que viu as vendas do sector ao exterior caírem 11% ou 572 milhões de euros.
A categoria de produtos que integra as máscaras têxteis teve um crescimento de 641% e uma subida absoluto de 166 milhões de euros, assumindo-se como “a principal responsável pelo bom desempenho dos artigos têxteis confecionados”, diz a ATP,
Na análise por categorias de produtos, as exportações de matérias-primas têxteis caíram quase 10% e as exportações de vestuário caíram 17%, o que coloca este segmento como “a categoria de produtos mais afetada”, com uma queda de 18% sem os EPI.
Nos têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados, que inclui as máscaras têxteis, a subida foi de 14,3%, um valor que contrasta com a descida de 9%, excluindo as vendas de EPI.
Por geografias há, também, um contraste evidente, uma vez que as vendas para destinos extracomunitários aumentaram 26%, mas para países comunitários caíram 19%.
Só para Espanha, o maior mercado dos têxteis lusos, a queda foi de 24,6%, o que coloca a quota deste mercado nos 26%, com 1,2 mil milhões de euros. Em sentido contrário, entre os destinos que registaram melhores desempenhos em termos absolutos estão a França (+15%) e Alemanha (+9%).
As importações de têxteis e vestuário registaram uma quebra de 14%, tendo alcançado os 3.812 milhões de euros e saldo da balança comercial do setor é de 830 milhões de euros, com uma taxa de cobertura de 122%.