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Economia

Siza Vieira assessorou criação do Novo Banco em reuniões ao mais alto nível

Ministro participou num Conselho de Administração do Novo Banco enquanto sócio da Linklaters, em 2014

Pedro Siza Vieira
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Era verão, mais propriamente 4 de agosto, mas, por ali, há semanas que férias era uma ideia distante. Apenas há um dia, o Banco de Portugal anunciara o fim do Banco Espírito Santo (BES) como tal — ficou apenas com os ativos então classificados como tóxicos — e revelara a criação do Novo Banco, que herdou os ativos considerados saudáveis. Só que a separação entre ambos tinha de ser mais bem definida. Para onde iria, por exemplo, o direito sobre a Tranquilidade? E quem pagava as dívidas emitidas e nas mãos de investidores? Ora, por isso, naquele 4 de agosto de 2014, mais de uma dezena de intervenientes reuniu-se para responder a essas dúvidas. Entre eles, encontrava-se Pedro Siza Vieira, atual ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital.

Nessa reunião estavam dois diretores do Banco de Portugal, os administradores do BES e altos quadros do Novo Banco. Do lado do supervisor, o escritório de advogados Vieira de Almeida acompanhava; pelo Novo Banco estavam os advogados da Linklaters, entre os quais o então sócio Siza Vieira, que esteve neste escritório até integrar o Governo de António Costa (que, na altura da queda do BES, desafiava a liderança de António José Seguro no PS).