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Economia

Ana Abrunhosa paga mudanças a 77 famílias para o interior

Ministra da Coesão promete aprovar até 15 de fevereiro todas as candidaturas ao +CO3SO Emprego

O cheque vai até €4800 para quem trocar o litoral pelo interior
Getty Images

Mais de 200 famílias já se candidataram à medida Emprego Interior Mais, que a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, lançou no verão passado para incentivar a mudança de “armas e bagagens” do litoral para o interior. Em causa está um cheque até €4800 para comparticipar o transporte das mobílias e demais custos com a mudança.

O balanço até 31 de dezembro de 2020 revela que 77 famílias, num total de 222 pessoas, já viram aprovados €230 mil de subsídios à mobilidade — o que dá uma média de €3 mil por família.

Entre estes candidatos que levaram a sua família para o interior, 80% têm até 44 anos e 70% têm diplomas de ensino superior, como bacharelato, licenciatura, mestrado ou doutoramento. Mais de um terço arranjou um contrato de trabalho sem termo no interior e 35% criaram o seu próprio emprego.

A governante espera que mais trabalhadores e suas famílias aproveitem este apoio financeiro durante 2021, pois as candidaturas ao Emprego Interior Mais permanecem abertas no portal do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Empresários à espera

Mais generosa é a medida +CO3SO Emprego, que Ana Abrunhosa lançou no verão passado para micro, pequenas e médias empresas ou cooperativas, misericórdias, instituições particulares de solidariedade social, etc. O subsídio a fundo perdido pode chegar aos €82 mil por emprego criado no interior, com os fundos europeus a pagarem até 36 meses de salários e contribuições para a Segurança Social a 100%.

Este generoso concurso +CO3SO Emprego abriu a 15 de julho, com €90 milhões, para incentivar a criação de 1600 novos postos de trabalho. Mas a procura acabou por superar em seis vezes as melhores expectativas da governante: “Acabámos por receber 5250 candidaturas, pedindo um total de €580 milhões para criarem 10.800 novos postos de trabalho.”

A análise das candidaturas é da responsabilidade de pequenos grupos de ação local (GAL) espalhados pelo país. Até ao momento, já decidiram 60% dessas candidaturas (3119), tendo aprovado €134,4 milhões para 1165 empregadores criarem 2430 postos de trabalho.

Quanto aos 40% de candidaturas ainda por decidir, a ministra já garantiu aumentar “significativamente” a dotação de fundos europeus para continuar a aprovar os melhores projetos. Em causa estarão dois mil empregadores, que aguardam a decisão para saberem se criam ou não novos postos de trabalho. Vários têm, de resto, comunicado ao Expresso, nas últimas semanas, o descontentamento/ansiedade pelo atraso na decisão neste contexto de crise.

Questionada pelo Expresso, a ministra da Coesão justifica o atraso pelo “enorme volume de candidaturas” e pelo impacto da pandemia nos próprios profissionais que as analisam: “A verdade é que parte das equipas de análise também está doente ou confinada em casa, com crianças pequenas, porque as turmas fecharam…”

Ana Abrunhosa promete agora responder a todos os concorrentes que faltam até ao próximo dia 15 de fevereiro: “Todos os empresários e entidades da economia social que concorreram aos apoios +CO3SO Emprego receberão uma resposta durante o próximo mês.”