Os juros (yields) da dívida a 10 anos já caíram esta quinta-feira, durante a sessão da manhã no mercado secundário, para um novo mínimo histórico de 0,036%.
Na terça-feira, os juros das Obrigações do Tesouro tinham descido para 0,038%, então um novo mínimo histórico, depois das quedas sucessivas para mínimos registadas a 4, a 5 e 17 de novembro. O anterior mínimo havia sido registado a 16 de agosto do ano passado, quando o juro caiu para 0,064%.
No mercado secundário transacionam-se os títulos detidos pelos investidores. O Estado emite no mercado primário as obrigações que são adquiridas em leilões ou operações sindicadas por investidores. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) não anunciou novo leilão de obrigações, depois do último realizado a 14 de outubro.
Fruto da queda das taxas de juro pagas nas emissões de dívida este ano, o custo médio de emissão de dívida pública caiu de 1,1% em 2019 para 0,6%.
Os analistas atribuem a queda acentuada dos juros da dívida pública em novembro às expetativas otimistas sobre a próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE) a 10 de dezembro. Ainda esta quinta-feira, Christine Lagarde, numa audiência perante o Parlamento Europeu, reafirmou que o BCE deverá proceder, na reunião de dezembro, a uma "recalibragem" dos estímulos da sua política monetária. Lagarde sublinhou que os dois principais instrumentos que vão ser privilegiados são o programa especial de aquisição de ativos lançado em março (conhecido pela sigla inglesa PEEP) e as linhas de financiamento barato à banca conhecidas pela designação de TLTRO.
Os analistas esperam um reforço do PEEP (que já tem um envelope de 1,35 biliões de euros) e a sua extensão até final do próximo ano e o lançamento de uma nova série das linhas TLTRO.