Economia

INE melhora números: PIB recupera 13,3% no terceiro trimestre, com uma quebra homóloga de 5,7%

O Instituto Nacional de Estatística reviu em alta os números da economia portuguesa no terceiro trimestre. Assim, o PIB teve um aumento expressivo 13,3% face aos três meses anteriores (e não 13,2%), depois do trambolhão do segundo trimestre. O PIB regista porém ainda uma quebra homóloga de 5,7% (e não 5,8%)

A queda dos juros da dívida portuguesa ajuda às contas do ministro das Finanças, João Leão
TIAGO MIRANDA

O Instituto Nacional de Estatística (INE) melhorou os números relativos ao comportamento da economia portuguesa durante o Verão.

Na segunda estimativa rápida, publicada esta sexta-feira, o INE subiu em 0,1 pontos percentuais tanto a evolução em cadeia, isto é, face aos três meses anteriores, como a evolução homóloga, ou seja, por comparação com o mesmo período do ano anterior.

Assim, o Produto Interno Bruto recuperou 13,3% no terceiro trimestre por comparação com os três meses anteriores (e não 13,2%), altura em que sofreu um trambolhão inédito na economia portuguesa.

Em termos homólogos, o PIB ainda caiu, recuando 5,7% (e não 5,8%). Mas, essa contração e bem mais modesta do que o tombo de 16,4% registado no segundo trimestre, altura em que as medidas de confinamento paralisaram a atividade.

Esta revisão em alta dos números ficou a dever-se, segundo o INE, "à integração de informação primária adicional, nomeadamente relativa ao comércio internacional de serviços".

Em termos de componentes do PIB, a recuperação do PIB no terceiro trimestre é explicado, "em larga medida, pelo comportamento da procura interna, que apresentou um expressivo contributo positivo (10,6 pontos percentuais) para a variação em cadeia do PIB, após o contributo fortemente negativo no 2º trimestre (-10,9 p.p.)", salienta o INE.

Ao mesmo tempo, "o contributo da procura externa líquida também foi positivo (2,7 p.p.), depois de ter sido muito negativo (-3,0 p.p.) no trimestre precedente", adianta o INE, destacando que se verificou "um crescimento acentuado das exportações de bens e serviços".

As tendências são similares na explicação avançada pelo INE para explicar a redução menos intensa do PIB em termos homólogos. Segundo a autoridade estatística nacional "deveu-se, sobretudo, ao comportamento da procura interna que registou um contributo de -4,1 p.p. para a variação homóloga do PIB, significativamente menos negativo que o verificado no trimestre anterior (-11,8 p.p.)".

No mesmo sentido, "o contributo negativo (-1,5 p.p.) da procura externa líquida foi menos acentuado no 3º trimestre que o registado no trimestre precedente (-4,6 p.p.), verificando-se uma recuperação mais significativa das exportações de bens e serviços que a observada nas importações de bens e serviços", aponta o INE, salientando que tal se deveu, em grande medida, "à evolução das exportações de bens, uma vez que as de serviços mantiveram reduções expressivas".