Economia

Nova Xbox chega hoje às lojas de todo o mundo

A Microsoft parte para mais um duelo de titãs com uma consola que é, possivelmente, a mais poderosa do mercado... Será que chega para fazer frente à PlayStation?

A Microsoft volta a desafiar a Sony... desta vez com duas consolas

A Microsoft inicia hoje as vendas das duas novas gamas de consolas Xbox em todo o mundo. Quando chegarem às lojas da especialidade, os consumidores vão poder escolher entre dois modelos: Xbox Series S ou Xbox Series X. A primeira custa 299 euros, enquanto a segunda tem um preço de 499 euros. A Series S pretende explorar a nova modalidade de consolas sem leitores de disco que descarregam jogos e outros conteúdos pela Internet, e a Series X é a legítima pretendente a consola doméstica mais poderosa da atualidade. Mas será que chega para tirar a crónica liderança à PlayStation, da Sony?

As expectativas da Microsoft podem apontar para o topo Xbox, mas entre a consola da Microsoft e a da Sony, os rankings de vendas revelam que ainda há um outsider para superar. E chama-se Nintendo. Com o lançamento da Switch, a mítica marca nipónica recuperou a vitalidade de outros tempos ao superar as vendas globais da própria PlayStation 4 nos últimos dois anos.

Os fãs de Xbox e PlayStation podem alegar que a Switch é de uma liga à parte, que não está tão sujeita à erosão comercial provocada pela passagem do tempo (Xbox One e PlayStation 4 foram lançadas em 2013, enquanto a Switch estreou em 2017), mas a verdade é que a Switch também revelou ousadia ao apostar na combinação de exercício físico com jogos ou em pacotes de jogos didáticos como o conceito Labo. O que não impede que boa parte dos consumidores continue a ver o duelo Xbox e PlayStation como a disputa que realmente conta no segmento das máquinas de jogos mais convencionais. Esse frente-a-frente arranca com o tiro de partida da Xbox com uma lançamento à escala global. A Sony optou por um lançamento faseado: EUA , Canadá, México, Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul estreiam a consola a 12 de novembro, mas na Europa e resto do mundo só chega a 19 de novembro.

A Sony não revela quantas PlayStations 4 foram vendidas em Portugal e limita-se a reivindicar o trono do segmento entre 2014 e 2019. Também não há notícias sobre as vendas da Xbox One em Portugal. Em contrapartida, a Nintendo fez saber que vendeu mais 65 mil consolas Switch em Portugal durante 2019.

Perante a ousadia da Switch e o poderio da PlayStation em termos de títulos de jogos e número de utilizadores (um fator cada vez mais determinante, à medida que aumenta o número de fãs dos modos on-line), a Microsoft aposta no reforço das características técnicas como principal trunfo para a futura contenda.

A versão Series S, que chega ao mercado com um preço de 299 euros, mas não tem leitor de discos (CD, DVD ou Blu-Ray), não vai além dos 4 TeraFlops nos gráficos, tem um processador que "corre" a 3,4 GHz, memória RAM de 10 GB e apenas dispõe de 512 GB para armazenamento de dados. E só suporta adaptações do HD para 4K.

Se olharmos apenas à ficha técnica, a versão Series X é possivelmente a consola doméstica mais poderosa de todos os tempos: tem leitor de discos, e dispõe de processamento gráfico a 12 TeraFlops, processador a 3,6 GHz, 16 GB RAM, armazenamento de 1 TB e leitor de discos, reproduz jogos a 120 diagramas por segundo em 4K e com possibilidade de ir até ao 8K com High Dynamic Range. Garante compatibilidade com parte dos jogos de consolas Xbox do passado.

As análises dos meios de comunicação especializados dizem tratar-se de uma máquina poderosa e também silenciosa que pode deixar os jogadores que preferem jogar no PC com algumas "dúvidas existênciais", mas também admitem que a nova consola da Microsoft poderá ter dificuldade em cumprir os seus objetivos comerciais se não garantir exclusivos entre os principais títulos de jogos.

Para fazer face a essa falta de tração nos conteúdos a Microsoft terá de capitalizar com as subscrições de Game Pass que dão acesso a mais de 100 jogos (e cerca de 15 milhões a nível mundial, segundo a Reuters).

Também no circuito industrial há alguma expectativa. A Microsoft garante que bateu o recorde do volume de encomendas em vários mercados – mesmo com os constrangimentos que a pandemia provocou no fabrico e fornecimento de componentes. Resta saber se a pandemia, agora na segunda fase, não volta a afetar a distribuição de consolas à escala mundial.