Há mais mexidas na Media Capital e não vão ficar por aqui. Ao fim de sete meses, Manuel Alves Monteiro, parceiro de Mário Ferreira numa das suas “holdings”, vai deixar de ser o responsável executivo da Media Capital.
Com a estrutura acionista estabilizada após a saída da Prisa, a proprietária da TVI vai passar a ser presidida por Luís Cunha Velho, que já foi diretor-geral e está agora como consultor da administração. A informação foi transmitida pelo ainda administrador delegado em mensagem enviada aos trabalhadores da Media Capital, e entretanto já confirmada pela empresa às redações. Só que Cunha Velho ficará apenas num período de transição.
No comunicado enviado aos trabalhadores, a que o Expresso teve acesso, Manuel Alves Monteiro anuncia que sairá de funções ainda este mês. “Servi, da forma que melhor pude e soube, os interesses do Grupo Media Capital e, na hora da cessação de funções de administrador delegado do grupo, levo comigo boas memórias e amigos”, escreve, acrescentando que “as conquistas alcançadas nos últimos meses são a prova de que a Media Capital está no rumo certo”.
O anúncio do substituto seguiu no mesmo comunicado: “Deixo, igualmente, uma palavra de estímulo e apreço ao nosso colega Luís Cunha Velho. Impende sobre ele a difícil tarefa de assegurar, com saber e equilíbrio, uma fase de transição que se seguirá”.
Entretanto, a Media Capital já enviou um comunicado às redações com a informação. E, aí, confirma a notícia dada aos trabalhadores, onde é acrescentada a informação de que Cunha Velho ficará interinamente em funções. "Vai assumir, transitoriamente, o lugar de CEO do Grupo Media Capital, dando tempo para que a nova estrutura acionista proceda à escolha de uma solução de gestão executiva definitiva", explica a nota.
Alves Monteiro chegou à administração da Media Capital em abril, como não executivo, tendo subido a CEO e julho. É parceiro de Mário Ferreira na “holding” Mystic Invest, tendo conquistado poder na empresa quando estava em curso o investimento do empresário da Douro Azul na Media Capital (onde tem 30%). Continuará a sua carreira como “gestor e consultor”, tendo-se colocado à disposição “dos novos acionistas para colaborar nesta fase de transição de funções e tarefas para novos protagonistas”. De saída estará também a restante administração, toda ela nomeada pela Prisa.
Cunha Velho já foi diretor-geral da TVI, para onde entrou no arranque. Esteve à frente da produtora Plural Portugal, e era consultor da administração, passando agora para a cabeça do grupo em Portugal.
Cristina Ferreira nova administradora, Mário Ferreira é chairman
A mudança será decidida dia 24 de novembro, quando se realiza a assembleia-geral da Media Capital, em que haverá mudança de estatutos e eleição dos novos órgãos sociais (e nova administração) – essa reunião já devia ter acontecido, mas foi adiada quando ainda se esperava a concretização da entrada dos novos acionistas.
A proposta dos novos órgãos sociais apresentada pelos novos acionistas da Media Capital (Pluris, Triun, Biz Partners, CIN, Zenithodissey, Fitas & Essenciais, DoCasal e Manuel Ferreira Lemos) à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários avança com nove nomes para a administração.
O maior acionista, Mário Ferreira, é o presidente do conselho de administração, sendo que Paulo Gaspar, o líder da Triun, segunda maior acionista, é proposto para vice-presidente. A mulher de Mário Ferreira, Paula Ferreira, também é proposta para administradora.
Cristina Ferreira surge como vogal da administração, como já anunciado, e também Luís Cunha Velho está na equipa. Sofia Cerveira Pinto, da Católica do Porto, é proposta para presidente do conselho fiscal.
(Notícia atualizada às 19.30 com mais informações, nomeadamente proposta da nova administração)