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Economia

Presidente do Tribunal de Contas de saída: a história das decisões que não agradaram ao Governo

De imóveis que passaram da Segurança Social para a Câmara Municipal de Lisboa ao ensino superior, acabando na contratação pública em período de emergência, vários foram os choques entre o Governo de António Costa e o Tribunal de Contas. Agora que a entidade poderá receber uma nova incumbência - auditar o Novo Banco -, Vítor Caldeira não será reconduzido para um novo mandato. Noutro tempo, Cavaco chamava-lhe "força de bloqueio".

Tiago Miranda

A pandemia está aí, os efeitos estão a ser muitos, mas a resposta de emergência não pode justificar gastos descontrolados. Aliás, as novas regras que o Governo quer impor para facilitar obras públicas abrem a porta à corrupção. Esta tem sido a argumentação do Tribunal de Contas (TdC) neste período pandémico, assumindo que terá um trabalho mais rigoroso e trabalhoso pela frente para controlar tais despesas.

Esta é uma farpa da entidade de fiscalização ao Executivo de António Costa, mas, mesmo antes disso, a relação do Governo com o órgão de fiscalização era tensa. Nem é preciso ir muito longe, já que um caminho por 2020 encontra vários casos de embate entre os ministros e o TdC.

E é neste contexto que Vítor Caldeira sairá da presidência do TdC, sem que o seu mandato seja renovado, como noticiou o Sol.