O Banco de Portugal (BdP) podia ter substituído Ricardo Salgado como CEO do BES em 2013, pois detinha ferramentas legais para o fazer. A conclusão é da Comissão de Auditoria Independente (CAI) chefiada pelo ex-vice-governador João Costa Pinto, encarregue pelo anterior governador Carlos Costa de avaliar a atuação do supervisor no caso GES/BES, explica o “Público” esta sexta-feira.
O jornal apurou que o documento faz uma avaliação muito crítica da actuação do BdP no que respeita ao acompanhamento ao GES e ao BES, em particular nos anos que antecederam a queda do grupo, período em que Carlos Costa liderou a instituição de supervisão. Mas não aponta para uma falha grave na atuação da entidade.
Este relatório identificou uma série de falhas na supervisão, bem como explicações pouco convincentes para as decisões tomadas durante o processo de deterioração do grupo que culminou na sua resolução em agosto de 2014. Apesar de ter ficado pronto em abril, o documento continua a ser considerado matéria reservada, e nem o Parlamento conseguiu ainda ter acesso ao mesmo. Mário Centeno, atual Governador do BdP, pediu ao tribunal para tomar uma decisão sobre a sua divulgação.