António Ramalho, presidente do Novo Banco quebrou o silêncio e esta quarta-feira, em conferência de imprensa, defende-se das polémicas levantadas nos últimos meses sobre a venda de ativos e fala sobre as conclusões conhecidas da auditoria especial aos atos de gestão do BES e Novo Banco entre 2000 e 2018.
O lder do Novo Banco socorre-se do que já é público: o facto de a maioria das perdas de 4 mil milhões de euros terem sido originadas entre 2000 e 2014, durante a liderança de Ricardo Salgado à frente do BES durante 22 anos.
Sublinha que foram ativos que passaram para o BES depois da resolução. "Das mais de 300 e muitas páginas da auditoria, mais de 95% são originadas antes de 2014" acrescentando que "não há um único novo crédito tóxico que tenha sido concedido" após a resolução", sublinhou.
Sobre a chuva de criticas que nos últimos meses tem sido feita ao Novo Banco e à sua gestão, António Ramalho refere que as vendas foram feitas dentro de regras apertadas e sob um forte escrutínio de várias entidades internas e externas ao banco, esclarecendo que "as vendas de ativos feitas nos últimos anos aconteceram porque o banco a isso estava obrigado", e "não porque o banco quer".
E sublinhou por diversas vezes que foram criadas "falsas polémicas sobre operações de venda", garantindo que as vendas foram feitas ao melhor preço, seleccionado as melhores propostas", recusando a acusação de vender ao desbarato.
"Os resultados das vendas foram adequados e em linha com o que os outros bancos nacionais fizeram", citando o BCP e a CGD.
O presidente do Novo Banco referiu ainda que a redução dos ativos tóxicos é essencial para que o banco possa financiar a economia e que quando herdou um terço dos ativos eram não produtivos e neste momento o rácio de malparado está nos 9,7% quando em 2017 era de 33,4%.
Quanto à divulgação da auditoria, Ramalho é favorável desde que a informação que vier a ser pública "não viole as regras de sigilo bancário, nem prejudique a atividade de recuperação de créditos do bancos".