Economia

Carlyle avalia venda da posição na Logoplaste, num negócio de mais de mil milhões

Fundo de investimento americano está a estudar opções e não descarta a saída quatro anos depois de ter entrado na empresa portuguesa

Filipe de Botton é o líder da Logoplaste

O fundo de private equity Carlyle está a estudar a sua saída da Logoplaste num negócio que pode valer 1,2 mil milhões de dólares (mil milhões de euros ao câmbio atual). A venda, quatro anos depois do grupo norte-americano ter entrado na empresa de embalagens plásticas, poderá avançar já no final do verão, segundo a agência noticiosa Bloomberg.

Em cima da mesa, o grupo norte-americano tem neste momento várias opções para analisar, mas a venda da participação na Logoplaste é um dos cenários que está a ser considerado. E o Barclays e o Goldman Sachs foram os bancos escolhidos para acompanharem a operação.

Fundada em 1976 por Marcel de Botton e liderada atualmente por Filipe de Botton, a Logoplaste detém 64 fábricas em 16 países, emprega 2.300 trabalhadores, tem como clientes alguns dos maiores fabricantes de bens de consumo do mundo, da L´Oreal à Diageo ou a Kraft Heinz Co, e fatura anualmente €500 milhões.

Quando o Carlyle Group entrou na empresa, numa operação com base numa avaliação da Logoplaste em 660 milhões de euros, não divulgou oficialmente qual a sua quota, mas circularam notícias de que estava em causa 50% do capital. Na altura, o presidente executivo da Logoplaste, Filipe de Botton, disse ao Expresso que esta entrada permitiria "financiar as novas fábricas que vamos construir nos próximos três anos".

A venda da Logoplaste, caso venha a concretizar-se, poderá atrair o interesse de outras empresas concorrentes do sector das embalagens, assim como fundos de private equity, refere fonte conhecedora do processo, citada pela Bloomberg. O objetivo, acrescenta, é dar continuidade ao processo de expansão da empresa, o que pode passar por aquisições já com os novos acionistas.

Com a pandemia, as empresas de private equity passaram a estar focadas no desinvestimento de negócios maduros onde acreditam poder ter bons resultados, de forma a remunerarem os seus investidores. As contas da agência de notícias indicam que em 2020 estes fundos desinvestiram 119 mil milhões de dólares (101 mil milhões de euros), 28% menos do que no mesmo período de 2019.

Caso venha a concretizar-se a saída da Logoplaste decorre dentro dos prazos habituais deste tipo de negócio, uma vez que os fundos de private equity ficam habitualmente 4 a 5 anos nas empresas onde entram.

Contactados pela agência financeira, o grupo Carlyle, o Barclays e o Goldman Sachs não comentaram este negócio.