Entre dezembro de 2013 e julho de 2014, as fugas para a frente do império Espírito Santo, apertado pelos supervisores e pela situação caótica de algumas das suas holdings completamente descapitalizadas, sucederam-se em velocidade furiosa. Os problemas do grupo foram marcando passo em várias frentes e envolveram operações feitas ao longo de vários anos, mascarando contas e servindo-se de esquemas entre diversas sociedades para delapidar o banco em muitas centenas de milhões de euros.
Pelo menos desde 2009, a holding de topo do GES para a área financeira e não financeira, a ESI, já enfrentava problemas que foram sendo empurrados com a barriga. Na acusação do Ministério Público, chamada Universo Espírito Santo, esta semana conhecida, pode ler-se a uma dada altura que, “com o início da revelação de factos que envolviam a prática de crimes que estavam em execução desde 2009”, assim como as ordens impostas pela supervisão bancária que ditavam a separação dos recursos do banco da área não financeira do grupo, “Ricardo Salgado empreendeu todas as decisões que estavam ao seu alcance para obter criminalmente dinheiro em termos que impedissem a deteção dos desvios antecedentes”. A acusação diz mesmo que Salgado “fez suas verbas que pertenciam a terceiros, e às quais não tinha direito, contando para este propósito com cenários ilusionistas que criou para que outros caíssem neste logro”.
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