Exclusivo

Economia

Os nomes de código do saco azul do GES: um “baixinho” que era uma mulher, uma “rabina” que era um homem

De acordo com a acusação do processo-crime principal do Universo Espírito Santo, o famoso saco azul controlado por Ricardo Salgado tinha uma lista criativa de alcunhas para quem um gestor na Suíça deveria fazer transferências bancárias secretas. Isso incluía nomes de animais, como uma “alforreca” ou um “pargo”. E pseudónimos contraditórios, como o “baixinho”, que não era mais do que a secretária do próprio antigo presidente do BES

FOTO marcos borga

Era quase tão antigo como a carreira de Ricardo Salgado à frente do Banco Espírito Santo (BES) em Portugal e durou até ao momento em que foi obrigado a afastar-se do cargo em 2014. O banqueiro passou a liderar o banco em 1992 e no ano seguinte era criada nas Ilhas Virgens Britânicas uma companhia offshore que viria a servir durante duas décadas única e exclusivamente para ser titular de uma conta bancária na Suíça, na Compagnie Financière Espírito Santo (que se tornou em 2007 no Banque Privée Espírito Santo), destinada a fazer pagamentos ocultos a colaboradores, accionistas e, inclusive, a políticos. Considerada pelo Ministério Público como um gigantesco saco azul do Grupo Espírito Santo e implicada nos milhões de euros pagos alegadamente como luvas ao ex-primeiro-ministro José Sócrates, a Espírito Santo Enterprises envolvia métodos de gestão próprios dos filmes de espionagem.