José Maria Ricciardi, primo de Ricardo Salgado e antigo presidente do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI), reage à divulgação da acusação do Ministério Público no processo que vai julgar responsabilidades sobre a derrocada do BES e do grupo familiar com palavras duras: "Não podia na altura sequer imaginar a extensão e gravidade das fraudes e crimes praticados e dos prejuízos causados a terceiros".
Ricciardi, que está arrolado como testemunha no processo, diz que "tinham razão de ser" as iniciativas que empreendeu "nos anos de 2013 e 2014 para tentar alterar a Governance” do GES e do BES, "afastando o Dr. Ricardo Salgado", o que, do seu ponto de vista, teria evitado "o colapso do grupo e do banco".
Então a presidir ao BES Investimento, José Maria Ricciardi entrou, em 2013, em rota de colisão com o seu primo, Ricardo Salgado, que liderava o BES, o que acabou por contribuir para expor as fragilidades do grupo perante as autoridades nacionais.
Ricciardi saiu da administração executiva do BES a 20 de junho de 2014, depois de meses de tensão com Salgado. Nessa data, o ex-presidente do BES Investimento (agora Haitong Bank) alegava não saber de irregularidades no banco nem na Espírito Santo International, sociedade do GES de que também era administrador.