Economia

De Salgado a Morais Pires, são estes os 25 acusados pela queda do Grupo Espírito Santo

Salgado é acusado de 65 crimes, ao lado dos seus braços-direitos José Manuel Espírito Santo e Amílcar Morais Pires. Os restantes gestores do BES escapam à acusação do Ministério Público, mas há vários funcionários do banco que não

Mário Cruz / Lusa

São três os representantes da família Espírito Santo na lista de acusados do Ministério Público no âmbito do processo Universo Espírito Santo. Ricardo Salgado e os primos José Manuel Espírito Santo, do lado financeiro do GES, e Manuel Fernando Espírito Santo, que estava na área não financeira, estão entre os 25 acusados do processo principal ligado ao BES.

O Ministério Público viu também razões para acusar Amílcar Morais Pires, que era o responsável financeiro do banco, bem como Machado da Cruz, que era o contabilista do GES, o principal acionista da instituição financeira.

Dentro do banco, Isabel Almeida, que era a diretora financeira, também está entre as acusadas, bem como vários funcionários do departamento que dirigia.

Crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva no sector privado, de falsificação de documentos, de infidelidade, de manipulação de mercado, de branqueamento e de burla qualificada contra direitos patrimoniais de pessoas singulares e coletivas são aqueles que o Ministério Público concluiu terem conduzido à queda do BES e do GES.

Apesar da acusação a Salgado, a José Manuel Espírito Santo e a Morais Pires, os restantes membros da comissão executiva do BES, como por exemplo José Maria Ricciardi, saíram ilibados da investigação.

O Ministério Público, que no âmbito da investigação chegou a ter mais de 40 arguidos, não acusou todas as pessoas sobre as quais tinha suspeitas, tendo em conta que só avançou para a acusação de 25 arguidos, 18 deles pessoas individuais e sete entidades coletivas.

Entre os coletivos, o BES não consta como acusado, mas várias sociedades do Grupo Espírito Santo, como as sociedades de topo Espírito Santo International e Rioforte, lá se encontram.

Acusação a pessoas individuais

Ricardo Salgado - ex-presidente do BES - 65 crimes

José Manuel Espírito Santo - ex-administrador do BES - 8 crimes

Manuel Fernando Espírito Santo - ex-administrador do BES - 8 crimes

Amílcar Morais Pires - ex-administrador do BES - 25 crimes

Francisco Machado da Cruz - antigo contabilista do GES - 36 crimes

Isabel Almeida - antiga diretora financeira do BES - 21 crimes

António Soares - antigo administrador da seguradora BES Vida - 17 crimes

Paulo Ferreira - ex-trabalhador área financeira do BES - 7 crimes

Pedro Costa - ex-administrador da ESAF - 10 crimes

Cláudia Faria - antiga diretora-adjunta do departamento financeiro do BES - 6 crimes

Pedro Serra - ex-subdiretor do departamento financeiro do BES - 7 crimes

Nuno Escudeiro - antigo diretor-adjunto do departamento financeiro do BES - 8 crimes

Pedro Pinto - antigo coordenador da área de conceção de produtos do BES -18 crimes

Alexandre Cadosch - acionista da Eurofin - 18 crimes

Michel Creton - acionista da Eurofin - 17 crimes

João Martins Pereira - antigo assessor da administração do BES - 3 crimes

João Alexandre Silva - ex-diretor da sucursal do BES na Madeira - 2 crimes

Paulo Jorge - ex-diretor de banca privada do BES que acompanhava clientes sul-americanos - 1 crime

Quem praticou a associação criminosa, segundo o Ministério Público

Deste grupo de 18 pessoas individuais, 12 são acusadas da prática de uma associação criminosa. São elas: Ricardo Salgado, Francisco Machado da Cruz, Amílcar Morais Pires, Isabel Almeida, António Soares, Pedro Pinto, Nuno Escudeiro, Pedro Serra, Alexandre Cadosch, Michel Creton, Cláudia Faria e Paulo Ferreira.

Entidades coletivas

ESI - 12 crimes

Rioforte - 7 crimes

Eurofin - 15 crimes

Es Irmãos - 2 crimes

ES Tourism Europe - 1 crime

ES Resources Limited - 1 crime

ES Resources Portugal - 33 crimes