Era domingo, tinha havido reuniões com investidores internacionais dias antes, e já havia novidades a caminho: a renúncia de Ricardo Salgado já tinha sido anunciada, mas ainda demoraria semanas a concretizar-se. Só que a pressão era tal, que os planos feitos em cima da hora não resultaram. O Banco de Portugal temia os efeitos da incerteza do que se passava no Banco Espírito Santo (BES) nos mercados e nos clientes. E agiu, depois de meses sem grande atuação pública.
Era domingo, 13 de julho de 2014, e Ricardo Salgado foi afastado do BES antes do prazo previsto. Há exatamente seis anos. O mesmo banqueiro prepara-se agora para enfrentar a acusação do Ministério Público pelo que foi fazendo à frente daquele banco, que liderou por 22 anos.