Economia

Japão aprova medicamento da Bial para a doença de Parkinson

É o segundo fármaco ‘made in’ Portugal desenvolvido pela farmacêutica nortenha, que esperou sete anos até conseguir luz verde das autoridades locais

O medicamento Ongentys para a doença de Parkinson descoberto pela BIAL acaba de ser aprovado pelas autoridades regulamentares do Japão, anuncia o laboratório da Trofa (perto do Porto) em comunicado. “Pela primeira vez um medicamento de investigação portuguesa é aprovado no Japão, considerado o terceiro mercado farmacêutico a nível mundial”, faz notar a Bial – nesta geografia existem 163 mil pessoas com Parkinson, indica a farmacêutica.

E enquadra que, em 2013, havia assinado um acordo de licenciamento com a empresa nipónica ONO Pharmaceutical para o desenvolvimento e comercialização do Ongentys (opicapona) naquele território, num processo só terminado agora. O mesmo medicamentos já teve aprovação na Europa e nos EUA (ainda não está a ser comercializado), sendo que a luz verde ao Ongentys pelo regulador do mercado farmacêutico norte-americano Food and Drug Administration ocorreu no final do passado mês de abril.

Nessa altura, António Portela, presidente executivo da Bial, revelou em relação à aposta no Japão de que entrada naquele país ainda estava dependente da realização de mais ensaios na população japonesa, para revalidação dos resultados, por imposição das autoridades locais. “É um mercado que funciona de uma forma diferente”, fez notar.

O Ongentys está disponível no Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália e Portugal, e perspetiva-se que ao longo de 2020 e em 2021, o fármaco seja introduzido em outros países europeus, bem como nos EUA, Japão e Coreia do Sul.

“A Bial investe anualmente mais de 20% da sua faturação em investigação” e é, até hoje, a única farmacêutica portuguesa que descobriu moléculas novas através de investigação própria – um medicamento para a epilepsia, o Zebinix, e este a doença de Parkinson.

Em 2019, o volume de negócios do laboratório ultrapassou os 300 milhões de euros (60% dizem respeito ao Zebinix e Ongentys), com os EUA como o principal mercado em vendas de farmácia para a farmacêutica portuguesa.