Economia

Novo Banco vai precisar de mais dinheiro devido à pandemia

António Ramalho admite que vai ter de pedir mais capital ao Fundo de Resolução do que o valor inicialmente previsto

tiago miranda

A pandemia vai obrigar o Novo Banco a rever em alta a previsão que tinha apresentado no início do ano ao Fundo de Resolução sobre as suas necessidades de capital em 2020, admitiu António Ramalho, presidente executivo da instituição financeira, em entrevista ao programa Conversa Capital, na Antena 1 e Jornal de Negócios. A deterioração da situação económica leva a necessidades de capital ligeiramente suplementares“, diz o gestor.

Quanto ao montante em causa, haverá uma nova avaliação em junho, mas só no final do ano será possível determinar com maior rigor o valor que o Novo Banco vai gastar dos cerca de 900 milhões de euros ainda disponíveis no Mecanismo de Capital Contingente. Nesta fase, diz, pode apenas antecipar que o capital necessário “será maior” do que o inicialmente definido para um cenário em que a covid-19 não estava no horizonte.

António Ramalho sublinha a intenção de “gastar o menos possível”, mas adianta que vai utilizar o valor que for necessário para deixar o Novo Banco limpo no final de 2020, mantendo, assim, em cima da mesa, o desígnio de apresentar um balanço limpo este ano e regressar aos lucros em 2021.

As declarações do gestor à Antena 1 e Jornal de Negócios vêm confirmar as notícias avançadas no início da semana sobre o impacto da pandemia nos resultados do Novo Banco depois das contas do primeiro trimestre apresentarem um resultado negativo próximo dos 180 milhões de euros e o rácio de capital ter ficado perto dos 12% em março (13,5% no final do ano), aproximando-se do nível a partir do qual é exigida a intervenção do Fundo de Resolução.

Com o malparado em 5% , o Novo Banco já pediu ao Fundo de Resolução perto de 2,9 mil milhões de euros do total de 3,89 mil milhões, no âmbito do Mecanismo de Capital Contingente.