Economia

Mário Ferreira disponível para injetar mais 15 milhões na Media Capital

Depois de ter desembolsado 10,5 milhões de euros na compra de 30,22% da dona da TVI, o 'tubarão do Douro' admite investir mais, ainda este ano, na Media Capital. E quer criar valor no grupo através de quatro pilares "muito produtivos, autónomos e autossuficientes", diz em entrevista à "Meios & Publicidade"

Mário Ferreira
Rui Duarte Silva

O empresário Mário Ferreira, que desembolsou 10,5 milhões de euros na compra de 30,22% da Media Capital, admite reforçar o seu investimento.

Em entrevista à “Meios & Publicidade”, o dono da Douro Azul, também conhecido como 'tubarão do Douro', após a sua participação no programa da SIC “Shark Tank” e devido aos negócios na região, mostrou-se disponível para injetar este ano mais 15 milhões de euros na dona da TVI através da holding pessoal Pluris Investments, que detém com a mulher. “Se não for preciso todo, não será todo… mas estamos disponíveis”, adianta.

“A nossa entrada [da Pluris] é a um preço justo”, disse na entrevista. “E obviamente que eles só aceitaram este preço justo porque perceberam que só eu estou contratualmente disponível – só eu, a nossa empresa – em aportar mais 15 milhões de empréstimo para reforçar. Só nós.

O empresário explica que tanto a Prisa como a Pluris têm que investir no negócio, “para ele ser reinventado”. Questionado sobre se isto se fará através de dívida ou de um aumento de capital, Mário Ferreira responde que será o conselho de administração e a assembleia de acionistas “a decidir a estratégia e como se fará”, mas mostrou a sua disponibilidade para investir.

“Agora, é ponto assente que terão de entrar umas dezenas de milhão de euros para reinventar, e não no formato de dívida, este novo projeto”, acrescenta.

Mário Ferreira partilha que a ambição para a Media Capital é criar valor no “maior grupo de media português”, através de “quatro pilares, muito produtivos, autónomos e autossuficientes”: TVI, rádios, digital e na produtora Plural.

Para cada um destes está a ser desenvolvido um plano estratégico específico e bastante agressivo, por forma a ser reinventado para aquilo que será um grupo de media no futuro, explica. Não é para tapar buracos. Até agora, uma empresa como a Media Capital, o que estava a fazer era a tapar buracos sucessivamente, porque não havia uma estratégia de futuro… por estar à venda.

Recorde-se que, como o Expresso noticiou, o valor acordado entre Mário Ferreira e a Prisa, dona da Media Capital, aponta para uma avaliação da empresa de 130 milhões de euros, um valor bastante inferior à avaliação feita na tentativa de compra pela Cofina, na qual Mário Ferreira estava também envolvido. Este último acordo, entretanto cancelado, apontava para um valor inicial de 255 milhões de euros, entretanto revisto em baixa para 205 milhões de euros (incluindo a dívida de 80 milhões da Media Capital). A reestruturação da dívida da Media Capital está no topo das prioridades de Mário Ferreira.