Depois de um primeiro adiamento devido ao surto da covid-19, esta segunda-feira tem lugar a assembleia geral do Eurobic, o banco que foi apanhado no centro do furacão do LuandaLeaks.
Na agenda, além da aprovação das contas, constava a nomeação uma nova administração, já que o antigo ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, que lidera o banco acabou o mandato no final do ano. Porém, segundo apurou o Expresso, Teixeira dos Santos e a sua equipa continuarão em funções mais algum tempo até que o dossier de venda seja fechado e o novo acionista escolha a nova equipa de gestão. Este ponto da agenda será, por isso, suspenso. Já a aprovação de contas de 2019 irá avante.
Contactado, o Abanca afirma ao Expresso que "a operação continua a decorrer e o Abanca está comprometido com esta aquisição", referindo ainda que "eventuais novidades serão oportunamente comunicadas".
E faz questão de esclarecer que "no que diz respeito ao tema da AG e do Conselho de Administração do EuroBic, ainda não compete ao Abanca comentar o mesmo".
O banco cuja posição maioritária pertencia a Isabel dos Santos está, na sequência do escândalo Luanda Leaks, em processo de venda aos espanhóis do Abanca e aguarda ainda o fecho do negócio, o que deverá acontecer em breve, refere uma fonte ligada ao processo.
É neste âmbito que o mandato da atual administração, presidida por Diogo Barrote e que tem Teixeira dos Santos como presidente executivo, ficará por mais algum tempo à frente do banco que passa de capitais angolanos para capitais espanhóis com a saída dos principais acionistas Isabel dos Santos e Fernando Teles.
Entretanto, o Banco de Portugal continua a analisar o trabalho da administração liderada por Teixeira dos Santos à frente do EuroBic. O objectivo é saber se a avaliação desta gestão falhou procedimentos relativos às transferências ordenadas pela sua maior acionista Isabel dos Santos quando era também presidente da empresas estatal petrolífera Sonangol, no final de 2017.