A três meses de concluírem o seu percurso académico, os mais de 50 mil diplomados que este ano chegam ao mercado de trabalho não vislumbram outra coisa senão um futuro de incerteza. A maioria dos processos de recrutamento e feiras de emprego ou programas de estágio (trainees) que, tipicamente, acontecem nesta altura foram adiados ou mesmo cancelados. Entre eles está um dos programas de estágio do grupo Jerónimo Martins e também o da Galp, cuja realização ainda é incerta. Nas empresas que mantêm programas de recrutamento ativos a redução no número de vagas é evidente. As universidades reconhecem que a retração das empresas na contratação já se nota e admitem preocupação. Os diplomados de 2020 terão um acesso difícil ao mercado e esse não será o único problema. Os salários, alertam os economistas, vão voltar a baixar.
São duas das empresas conhecidas pelos seus programas de estágio, que cultivam uma ligação às universidades, mas este ano a pandemia trocou-lhes as voltas. Na página de carreiras do grupo Jerónimo Martins lê-se que o programa de estágios em gestão de operações (Programa OMT), com duração de um ano e direcionado a jovens mestres, foi cancelado devido à “situação difícil e desafiante que o mundo atravessa com a pandemia de coronavírus”. Tiago Gonçalves, diretor de recrutamento do grupo, justifica ao Expresso que, “perante o atual contexto, consideramos que não estão reunidas as condições mínimas para assegurar o acompanhamento a este programa dentro dos padrões que consideramos adequados”, mas garante que “esta é uma situação temporária e conjuntural” e que o grupo espera “muito em breve retomar este e outros programas”.
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