Economia

Covid-19. Governo admite estender o lay-off à fase de retoma da economia

Medidas de apoio às famílias e empresas custam 2772 milhões de euros por mês. Sector do turismo deverá ser o que mais lentamente recuperará da crise económica gerada pela pandemia de covid-19

Pedro Siza Vieira, ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital
RODRIGO ANTUNES/LUSA

O ministro de Estado e da Economia admitiu esta terça-feira que o mecanismo de lay-off (suspensão do contrato de trabalho ou redução de horário) seja estendido à fase de retoma da economia. Pedro Siza Vieira referiu que pelo facto de a retoma ser gradual poderá levar a “manter algumas medidas", ainda que com ajustamentos. O governo poderá assim “permitir às empresas manterem alguns trabalhadores em lay-off”.

Em causa está nomeadamente o sector industrial, onde há "conversas" nesse sentido, disse o ministro, sem adiantar até quando poderia ser estendido este mecanismo. Pedro Siza Vieira sinalizou que o governo está "muito disponível" para estudar essa hipótese.

Pedro Siza Vieira disse também que as medidas de apoio às famílias e empresas custam 2772 milhões de euros por mês. Deste valor, 165 milhões dizem respeito aos apoios às famílias, 1160 milhões ao lay off e 1179 milhões no apoio extraordinário à retoma da atividade das empresas (635 euros por posto de trabalho). “Todas estas atividades têm um peso orçamental de cerca de 2772 milhões de euros”, acrescentou.

“A retoma do sector turístico vai ser provavelmente a mais lenta de todos os setores de atividade”, disse também Siza Vieira na audição desta terça-feira na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.“Vamos ter de assumir que no espaço de um a dois anos vamos ter o turismo muito abaixo daquilo a que nos habituámos”, atendendo à retração das pessoas em viajar.