A inflação na zona euro continua a cair desde o pico de 1,4% em janeiro. Em março, a variação de preços no consumidor foi de 0,7%, segundo a estimativa rápida do Eurostat, o organismo de estatística da União Europeia. No mês anterior, a inflação registada foi de 1,2%.
A inflação subjacente - excluindo as componentes mais voláteis do índice de preços, a energia, alimentação, álcool e tabaco - abrandou de 1,2% em fevereiro para 1% em março.
Risco de deflação
O processo de desinflação (de abrandamento da subida de preços) acentuou-se em março devido ao impacto da quebra de 4,3% nos preços da energia. A guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia agravou os efeitos da crise do coronavírus.
A manter-se em abril e maio a guerra de preços entre os dois gigantes do mercado petrolífero e sendo previsíveis os primeiros impactos sérios do efeito da crise do coronavírus, nomeadamente nos salários, a zona euro poderá regressar a uma situação de deflação (de quebra de preços), adiantam os analistas do Commerzbank.
Este processo de desinflação afasta ainda mais a variação de preços mensal da meta do Banco Central Europeu, de estabilidade da inflação num nível abaixo mas próximo de 2%.
Portugal no grupo de 4 com inflação perto de 0%
Há um grupo de economias do euro onde a inflação em março já está próxima de zero por cento.
Portugal faz parte do grupo de quatro com inflação em 0,1% em março, juntamente com Chipre, Grécia e Itália. Espanha registou 0,2%, o Luxemburgo 0,3%, e a Bélgica e Irlanda 0,4%.
A maior economia do euro, a Alemanha, registou 1,3%. A inflação mais elevada registou-se na Eslováquia, com 2,5%.