Economia

Benfica pondera pedir à CMVM fim da OPA

Clube da Luz considera que a crise ligada ao Covid-19 alterou de forma substancial as circunstâncias em que a OPA foi lançada e deverá pedir à CMVM a revogação da oferta, noticia o "Jornal Económico"

Luís Filipe Vieira Presidente do Benfica tem várias empresas, nomeadamente no ramo imobiliário
Luis Barra

O Sport Lisboa e Benfica está a ponderar solicitar à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a revogação da oferta pública de aquisição (OPA) lançada em novembro do ano passado sobre a Benfica SAD, à luz da crise nos mercados provocada pela pandemia de Covid-19, revela a edição desta sexta-feira do "Jornal Económico".

Segundo o mesmo jornal, o Benfica invocará o artigo 128º do Código dos Valores Mobiliários, que estipula que "em caso de alteração imprevisível e substancial das circunstâncias que, de modo cognoscível pelos destinatários, hajam fundado a decisão de lançamento da oferta, excedendo os riscos a esta inerentes, pode o oferente, em prazo razoável e mediante autorização da CMVM, modificar a oferta ou revogá-la".

Nem o Benfica nem a CMVM comentaram ao "Jornal Económico" a informação sobre a revogação da oferta.

A OPA lançada em novembro visa dar ao Benfica maior controlo da Benfica SAD, onde o clube já tem uma posição de 67%. O clube propôs pagar 5 euros por ação, com um prémio substancial face ao valor a que as ações negociavam quando do anúncio da oferta. O segundo maior acionista da Benfica SAD é José António dos Santos, presidente do grupo Valouro.

José António dos Santos tem atualmente mais de 15% da Benfica SAD. Quando do anúncio da oferta tinha 12,7%, comprados em 2017 ao Novo Banco e à Somague.

O Expresso revelou entretanto a existência de vários negócios paralelos, nomeadamente no ramo imobiliário, entre o segundo maior acionista da SAD (e um dos potenciais beneficiários da OPA) e o presidente do clube, Luís Filipe Vieira, que é também acionista de referência da Benfica SAD.