A dívida portuguesa está a sofrer forte pressão no mercado secundário com as taxas (yields) no prazo a 10 anos a subirem esta terça-feira para 1,21%. É um máximo desde março do ano passado.
Nas últimas quatro sessões, os juros saltaram de 0,376% no dia anterior à reunião do Banco Central Europeu (e à gaffe de Christine Lagarde na conferência de imprensa dando a entender que a pressão sobre o prémio de risco italiano era assunto para "outros") para mais de 1,2%. Mais do que triplicaram.
A pressão sente-se ainda no mercado dos credit default swaps (CDS), os derivados financeiros que permitem segurar a dívida contra um incumprimento. O custo desses CDS a 5 anos para a dívida portuguesa disparou de 47,1 pontos-base no final de fevereiro para 139,1 pontos esta terça-feira. Mais do que triplicou.
Num balanço feito a partir dos dados do site 'worldgovernmentbonds', o disparo no preço dos CDS para a dívida portuguesa foi o mais elevado à escala mundial nos últimos trinta dias.
O preço dos CDS a 5 anos subiu 344% para Portugal, 338% para a Malásia e 301,6% para a Rússia, para só citar o grupo que registou subidas acima de 300% nos últimos trinta dias. No caso de Espanha a subida foi de 292% e para a Grécia foi de 271%. A dívida italiana, que motivou a gaffe de Lagarde, registou uma subida de 167% no custo dos CDS, elevando-o para 262,2 pontos-base.