Economia

Depois de 2ªfeira negra, bolsas hesitam face a promessas de €3,5 biliões de resposta à crise

As bolsas da Ásia fecharam com uma subida ligeira em Tóquio e perdas em Xangai e Seul. Europa está a negociar maioritariamente no vermelho. Lisboa e Madrid registam subidas

Depois de mais uma segunda-feira negra com perdas à escala mundial de 9%, as bolsas estão hesitantes esta terça-feira, apesar de o Eurogrupo apontar para uma injeção de liquidez de 10% do PIB europeu, segundo Mário Centeno, e nos Estados Unidos ir ser discutido no Senado um pacote de 750 mil milhões de dólares (€680 mil milhões).

No total, de promessas feitas na segunda-feira e medidas já tomadas por bancos centrais e governos à volta do mundo em março, o pacote global de resposta à crise do coronavírus ronda o equivalente a 3,5 biliões de euros, incluindo o massivo programa de investimento em infraestruturas da China.

Na política monetária, onde a resposta tem sido mais célere, 22 bancos centrais já cortaram taxas em março, sete dos quais duas vezes (entre eles, a Reserva Federal dos EUA). Três deles (BCE, Banco central da Suécia e Fed) ampliaram ou relançaram já programas de compra de ativos num montante equivalenta a 800 mil milhões de euros.

Na Ásia, o fecho da sessão desta terça-feira foi 'misto': Tóquio escapou ao vermelho fechando com o Nikkei 225 a ganhar 0,06%, mas Seul, Taipé, Xangai e Shenzhen registaram perdas. A maior subida ocorreu em Sydney com o índice a disparar 5,8% depois de perdas de 9,7% na sessão anterior.

As praças europeias abriram maioritariamente no vermelho, mas em Varsóvia, Madrid e Lisboa os índices registam ganhos. O PSI 20 português subia 1,5%.

No mercado petrolífero, o preço do barril de Brent subiu acima de 30 dólares.

Já nem as Bunds oferecem segurança ...

No mercado da dívida pública prossegue a subida das taxas (yields) tanto dos periféricos como das orbigações consideradas seguras, como as alemãs.

Os analistas do Commerzbank referem numa nota publicada esta terça-feira que já nem as Bunds (as obrigações alemãs de longo prazo) oferecem segurança para os investidores.

Os juros das obrigações portuguesas a 10 anos estão em 1,079%, tendo triplicado desde o final de fevereiro. No último leilão de dívida portuguesa a 10 anos, realizado na semana passada, antes da reunião do Banco Central Europeu (e da monumental gaffe de Christine Lagarde a propósito do disparo do prémio de risco italiano), o Estado ainda conseguiu pagar 0,426%.