Economia

Prisa recusa calendário da Cofina e passa culpas pela quebra do negócio sobre TVI

Troca de argumentos entre Portugal e Espanha. Cofina deu sete dias à Prisa para renegociar a compra da Media Capital. Grupo espanhol rejeita argumentos e considera que foi a empresa portuguesa que falhou. Prisa continua com ações contra a portuguesa

Paulo Fernandes, presidente da Cofina
Clara Azevedo

A venda da TVI continua num limbo. A espanhola Prisa recusa o calendário de sete dias apresentado pela Cofina para que aceite modificações no contrato de compra e venda da Media Capital. O grupo dono do El País considera que foi a proprietária do Correio da Manhã que falhou e que levou ao incumprimento do contrato, pelo que vai manter as ações contra a empresa portuguesa.

Num comunicado enviado esta segunda-feira ao regulador espanhol do mercado de capitais (CNMV), a Prisa reitera o seu entendimento de que a Cofina foi a protagonista do incumprimento do contrato de compra e venda por ter renunciado, de forma “voluntária”, ao aumento de capital de 85 milhões de euros.

Por só ter conseguido cerca de 82 milhões, a empresa presidida por Paulo Fernandes desistiu de ir buscar os restantes 3 milhões, e falhou aquela que era uma condição essencial para comprar a Media Capital à Prisa, num negócio de 123 milhões de euros.

Só que, dias depois, a dona do Correio da Manhã veio dizer que desistiu do negócio porque a Prisa tinha falhado vários pontos do contrato assinado entre as partes – ainda que não os tenha identificado. Aliás, a Cofina deu sete dias à espanhola para renegociar e cumprir o acordado. Já a Prisa recusa “os argumentos em que a Cofina pretende basear agora a resolução de contrato”

No comunicado desta segunda-feira, a Prisa diz que “não há necessidade” de fazer qualquer alteração ao contrato, já que o incumprimento foi da Cofina.

O grupo espanhol, que detém 95% da Media Capital, adianta até que já “iniciou e continuará a levar a cabo todas as medidas e ações contra a Cofina em defesa dos seus interesses, dos acionistas e dos demais afetados pela situação criada pela Cofina”.

Iniciado no verão passado, foi na semana passada que foi posto um ponto final no negócio, ainda que a Cofina tenha vindo dizer que o ponto final é afinal um ponto e vírgula e que é da Prisa a responsabilidade de decidir se ele se efetivamente se concretizará.