O empresário Mário Ferreira diz estar surpreendido com o fim do negócio de compra da Media Capital pela Cofina. “Fui apanhado de surpresa. Foi uma decisão tomada pelo engenheiro Paulo Fernandes [presidente da Cofina e um dos seus maiores acionistas] e os acionistas da Cofina… não fui consultado”, afirmou ao Expresso.
Esta quarta-feira de manhã a espanhola Prisa, dona da Media Capital, também fez saber que foi apanhada de surpresa pelo fim do negócio. E anunciou que vai avançar com "todas as ações contra a Cofina previstas no contrato de compra e venda".
A operação de aumento de capital de 85 milhões de euros destinada a financiar a compra da Media Capital acabou por não ter sucesso, o que levou a Cofina a anunciar que o negócio fica sem efeito. Se o aumento de capital fosse concretizado, Mário Ferreira poderia tornar-se o segundo maior acionista, com 15,25%, o que representaria um investimento de 20 milhões de euros. Paulo Fernandes tornar-se-ia o maior acionista, com mais de 20%
Em declarações ao Eco, o empresário disse mesmo que “o engenheiro Paulo Fernandes estava a liderar todo o processo, se decidiu não avançar é porque tem informação relevante, que eu não tenho, que o levou a desistir do negócio”, afirma o empresário.
A Cofina divulgou na madrugada desta quarta-feira que não conseguiu concretizar o aumento de capital previsto, devido à instabilidade nos mercados financeiros provocada pela epidemia de coronavírus, e que, por esse motivo, a compra da Media Capital fica sem efeito.
Este negócio, anunciado em setembro do ano passado, iria criar o maior grupo de comunicação social do país, com os ativos da Cofina (Correio da Manhã, CMTV, Record, Sábado e Jornal de Negócios) e os da Media Capital (TVI, TVI24 e Rádio Comercial).