Economia

Covid-19. Responsáveis do G7 comprometem-se a usar "todas as medidas de política apropriadas", mas não concretizam

Responsáveis das Finanças e dos bancos centrais das sete maiores economias do mundo reuniram-se esta terça-feira, por conferência telefónica, com o impacto do coronavírus na agenda. No final, reafirmaram o "compromisso" de proteger o crescimento de riscos negativos. Contudo, não especificaram medidas

Chung Sung-Jun

Foi através de conferência telefónica que os responsáveis das Finanças e dos bancos centrais do G7 - o grupo das sete maiores economias do mundo - se reuniram esta terça-feira para discutir a resposta a dar face ao impacto do surto de coronavírus (Covid-19) na economia mundial.

E o resultado foi o "compromisso" de usar todas as medidas de política apropriadas.

"Nós, os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do G7, estamos a monitorizar de perto a disseminação do Covid-19 e o seu impacto nos mercados e nas condições económicas", avançou um comunicado no final deste encontro "virtual", citado pela agência Bloomberg.

"Reafirmamos o nosso compromisso de usar todas as medidas de política apropriadas para alcançar um crescimento forte e sustentável e proteger o crescimento contra riscos negativos", afirma o comunicado.

Medidas que não se limitam à política monetária, sob a égide dos bancos centrais. "Os ministros das Finanças do G7 estão porntos a tomar medidas, incluindo medidas orçamentais, para ajudar na resposta ao vírus e apoiar a economia durante esta fase", diz ainda o comunicado.

Recorde-se que esta segunda-feira, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, afirmou que a instituição "está a monitorizar de perto" o desenvolvimento da situação e as suas implicações para a economia, a inflação, bem como a sua transmissão à política monetária. "Estamos preparados para tomar medidas apropriadas", afirmou Lagarde.

O G7 é constituido por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja representada. E, tem estado sob pressão para avançar com uma resposta coordenada, a nível global, ao coronavírus, que está a destabilizar a economia mundial.

Num relatório divulgado esta segunda-feira, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) estima que o coronavírus vai "roubar" meio ponto percentual ao crescimento da economia mundial este ano, para 2,4%. Isto num cenário central.

A OCDE alerta que um surto "mais duradouro e intensivo, alargado às regiões Ásia-Pacífico, Europa e América do Norte enfraqueceria as perspetivas consideravelmente".

"Neste caso, o crescimento mundial poderia descer para 1,5% em 2020, metade do número projetado antes do surto do vírus", assinalou a organização.