Economia

Startup portuguesa de fisioterapia digital capta mais 8,6 milhões de euros em Silicon Valley

Sword Health capta uma extensão de 8,6 milhões de euros à ronda de investimento de oito milhões que a empresa já tinha angariado no ano passado. Founders Fund e Khosla Ventures lideraram o processo

Virgílio Bento é fundador e presidente executivo da Sword Health
Foto Ana Baião

A Sword Health, startup portuguesa que criou um sistema de fisioterapia digital que alia inteligência artificial a equipas clínicas humanas, acaba de divulgar que conseguiu uma extensão de nove milhões de dólares (8,6 milhões de euros) à sua ronda série A, passando esta para 17 milhões de dólares (cerca de 15,6 milhões de euros).

A extensão da ronda foi liderada pelo Founders Fund e pela Khosla Ventures, dois nomes conceituados de Silicon Valley, e foi acompanhada pela Green Innovation, Lachy Groom, Vesalius Biocapital e Faber Ventures. Com este montante adicional, a empresa já angariou um total de 22 milhões de dólares junto de investidores privados.

De acordo com o fundador da Khosla Ventures, a empresa está “a duplicar o investimento na Sword” porque a startup “está posicionada para liderar este mercado, que representa 190 mil milhões de dólares”. Vinod Khosla acredita ainda que a empresa portuguesa “não só melhora significativamente os resultados clínicos dos pacientes como, ao mesmo tempo, reduz os custos com tratamento”. E remata: “Este é o futuro da saúde”.

Já Virgílio Bento, fundador e presidente executivo da startup, explica que “o grande interesse de vários investidores e a procura do mercado” incentivaram a decisão de expandir a Sword.

O capital vai servir para a startup de fisioterapia investir em distribuição, parcerias, vendas e marketing, realizar investimentos clínicos e operacionais estratégicos para melhorar a experiência e a recuperação dos pacientes e reforçar a presença da empresa no mercado norte-americano. A tecnologia da empresa com sede no Porto já chegou a países como os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Noruega, África do Sul, México e Japão.

Com o intuito de reduzir a dor e a incapacidade resultantes de doenças musculoesqueléticas, que afetam cerca de duas mil milhões de pessoas em todo o mundo, a solução da Sword Health permite aos doentes realizarem sessões de fisioterapia em casa, monitorizados por uma equipa clínica que lhes dá feedback em tempo real. São fisioterapeutas e médicos que prescrevem, avaliam, validam e supervisionam remotamente o programa terapêutico.

A empresa tem dedicado os últimos anos ao desenvolvimento da tecnologia e à validação clínica. De acordo com a empresa, esta é a única terapia musculoesquelética capaz de tratar uma dor crónica e pós-cirúrgica e a única com resultados clínicos superiores ao de um terapeuta humano – superando a fisioterapia convencional em 30%.

“A epidemia dos opióides é uma crise muito grave nos Estados Unidos e uma parte significativa deste problema advém de patologias musculoesqueléticas”, explica Dian Asparouhov, da Founders Fund. “A solução ideal passa pela fisioterapia preventiva, mas as soluções atuais da fisioterapia convencional são demasiado dispendiosas. A Sword vem finalmente resolver este problema.”