Quase duas semanas depois da saída de António Tomás Correia, Virgílio Lima já tem autorização para o substituir no Montepio Geral. Fica assim concluída a sucessão naquela que é a maior associação mutualista do país.
A autorização consta do site da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, tendo sido conferida na reunião da administração liderada por Margarida Corrêa de Aguiar de dia 17 de dezembro.
Virgílio Lima já tinha sido autorizado a exercer as funções de administrador do Montepio Geral, quando a ASF aprovou todos os nomes eleitos para a cúpula da associação, com a exceção de António Tomás Correia. Só que, agora, há uma nova autorização para que Virgílio Lima obtenha o registo como presidente da administração para o mandato entre 2019 e 2021.
Apesar do novo presidente, a administração do Montepio tem menos um elemento do que até aqui, contando apenas com quatro membros (além de Virgílio Lima, estão aí Carlos Beato, Idália Serrão e Luís Almeida).
Virgílio Lima já estava como administrador na administração da mutualista, tendo, no seu passado, ocupado lugar na administração da companhia seguradora Lusitania. Sobe a presidente depois de a ASF ter levantado as dúvidas relativas à idoneidade de Tomás Correia, por ser visado em processos do Banco de Portugal, sendo que num deles foi mesmo condenado (ainda que o tribunal tenha anulado o processo) e por estar sob investigação no Ministério Público.
Inicialmente, Tomás Correia, de saída da associação, indicou que iria permanecer na Fundação Montepio, mas o próprio acabou por renunciar também a essa função.
A Associação Mutualista Montepio Geral conta com cerca de 600 mil associados, sendo a maior associação mutualista do país. Desde o ano passado, as administrações das duas maiores associações mutualistas nacionais precisam de receber luz verde da ASF, por conta do novo Código das Associações Mutualistas.
Como principal ativo, a associação tem o Banco Montepio, em que a gestão também está tremida há vários meses. Pedro Leitão, do Banco Atlântico Europeu, é presidente executivo selecionado, faltando ainda a sua aprovação pelo Banco de Portugal.