Economia

Centrais a carvão vão encolher lucros da EDP em 200 milhões de euros

Elétrica revelou que vai reconhecer já nas contas deste ano um impacto negativo da falta de competitividade da produção a carvão. Mas isso não afetará a distribuição de dividendos aos acionistas, informou a EDP

Luís Barra

A EDP estima que a falta de competitividade das suas centrais termoelétricas a carvão vá penalizar as suas contas já este ano, encolhendo o lucro do grupo em cerca de 200 milhões de euros.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP explica que "a aceleração do processo de transição energética ao longo do ano de 2019 implicou uma deterioração material das perspectivas de rentabilidade das centrais eléctricas a carvão no mercado ibérico".

Assim, acrescenta a EDP, "a incorporação deste cenário nos testes de imparidade anuais" irá representar um custo extraordinário de perto de 300 milhões de euros, que se traduzirá num impacto em termos de resultado líquido próximo dos 200 milhões, já no exercício de 2019.

Este ano o centro de estudos Carbon Tracker chegou a estimar em 400 milhões de euros o impacto negativo do carvão nas contas da EDP deste ano.

"Este custo contabilístico extraordinário, sendo neutral ao nível do cash flow e dívida líquida de 2019, não terá qualquer impacto na política de dividendos anunciada em março de 2019", assegura a elétrica, prometendo honrar o compromisso de distribuir 19 cêntimos por ação aos seus acionistas.