Os aumentos dos valores das comissões bancárias cobradas pela Caixa Geral de Depósitos aos seus clientes estão abaixo daquilo que foi acordado pelo Estado português junto da Comissão Europeia. O agravamento das comissões é uma obrigação aceite pelo Estado português com Bruxelas, como forma de compensar a ajuda pública recebida em 2017.
O objetivo era que esta rubrica aumentasse mais 100 milhões de euros até 2020, mas o valor até agora alcançado está abaixo do que deveria para que essa meta fosse atingida, segundo frisou o presidente executivo do banco, Paulo Macedo. “Muito aquém do plano”.
O tema das comissões tem gerado celeuma mediática e política. O banco anunciou o crescimento desta cobrança no próximo ano em vários serviços, como o MB Way. Uma forma de tentar aproximar-se do acordado.
Mais que isso não haverá. “A não ser por alteração de circunstâncias, a Caixa não tenciona voltar a aumentar as comissões durante todo o decorrer no ano que vem”, garante Paulo Macedo.
O banco público assegura que essa garantia é sobretudo para particulares, mas também para os restantes segmentos só acontecerá com a tal “alteração de circunstâncias”, como uma procura abrupta de depósitos de grandes empresas que possam estar a fugir de comissões cobradas noutros bancos.
Nos primeiros nove meses do ano, a CGD registou um crescimento de 2% das comissões bancárias, obtendo 374 milhões de euros. O banco registou lucros de 641 milhões de euros, e assumiu que é "plausível" pagar pelo menos 250 milhões em dividendos no próximo ano.